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O icônico caso dos Correios Brasileiros

Correios

Como pudemos entender no texto Ferramentas Microeconômicas ,  apresentamos o conceito de monopólio, onde um único player domina um setor. Desta forma não há incentivos para melhoria do serviço simplesmente por que os consumidores não tem outra opção. Além disto, empresas monopolistas conseguem auferir um lucro médio bastante superior ao cenário de concorrência perfeita.

Ora por que os Correios então além de prestar um serviço ruim, ainda conseguem ter prejuízo? Por que, além de não haver ameaças para que melhore seu serviço ou nível de preços. ainda são geridos pelo Estado. Como dizia o ditado do Sheik Rashid de Dubai:

“Meu avô andava de camelo, meu pai andava de camelo, eu andava de Mercedes, meu filho andava de Land Rover e meu neto vai andar de Land Rover, mas meu bisneto vai ter que andar de camelo novamente.”

Não satisfeito em oferecer um serviço de péssima qualidade, seu fundo de pensão, o Postalis, criado para garantir o sustento dos funcionários aposentados apresentou grande rombo que colocou em risco a vida dos seus pensionistas.

Segundo o jornal O Globo, o rombo somava 7,4 bilhões de reais. Para custear tal prejuízo funcionários da ativa são descontados entre 11 e 14% de seu ordenado e pensionistas algo em torno de 26%.

O valor depositado pelos funcionários da ativa, entretanto, não são uma doação mas sim uma contribuição antecipada ao seu fundo de aposentadoria. Ora e na hora de se aposentarem, quem irá pagar seus salários? Os novos? Ou seja, nada mais fizemos que abrir um buraco para tapar outro.

Quando a privatização foi cogitada, sua associação brilhantemente precificou a empresa em 60 bilhões de dólares. Quando contestados para explicar o número simplesmente afirmaram: é o que vale o mercado livre. Sendo que a empresa sequer é do mesmo setor.

É por estas e outras que o economista costumava dizer:

“Coloque o governo para administrar o deserto do Saara e em 5 anos faltará areis”

Funcionários públicos por definição contábil são considerados despesas, pois não estão diretamente ligados a receita gerada pela sua empresa (o governo). Os impostos acontecem independente dos funcionários, a função destes é meramente administrar o saldo gerado pela operação.

Normalmente recebem salário  estáveis e acima da média do mercado. Devido a sua estabilidade (impossibilidade de demissão), não há incentivos de grandes esforços para melhoria de produtividade uma vez que esta não será premiada. Conforme escrevemos no texto A força mais poderosa que existe.