Dissemos aos leitores que não esperassem ver grandes alvoroços financeiros na China em 2017. A razão para tanto seria o Congresso Nacional do Partido, que ocorre a cada cinco anos e que acabou de ser realizado. O presidente chinês, Xi Jinping, queria que o Congresso lhe conferisse um segundo mandato de cinco anos e amplos poderes, e conseguiu. Ele também queria garantir que não ocorressem, na economia ou nos mercados de capitais chineses, quaisquer eventos desfavoráveis que pudessem atrapalhar seus planos. Por isso, a China reforçou a economia com gastos de infraestrutura sustentados por dívidas e segurou os juros, as flutuações da taxa de câmbio e as fugas de capitais até o encerramento do Congresso. Agora que o Congresso terminou, “O Grande Xi”, como é chamado por muitos o líder chinês, começará a resolver o desequilíbrio econômico do país usando seu novo poder político. Isso significa que veremos mais falências, menos gastos com infraestrutura e uma economia desacelerada. Este artigo mostra que essas mudanças já estão acontecendo, e revela sinais claros de uma desaceleração do crescimento chinês.

Essa situação só tende a piorar. Xi pode não conseguir a adaptação suave que espera e, ao remover es_mulos, como empréstimos bancários e juros baixos, pode acabar estourando as bolhas do mercado de ações, do mercado imobiliário e da dívida que têm impulsionado a China até então. O fato de isso estar acontecendo na China exatamente no momento em que os EUA passam por um processo similar de aperto aumenta a probabilidade de as duas maiores economias do mundo, EUA e China, pisarem no freio simultaneamente e, com isso, fazerem estourar as bolhas de ativos globais ao seu redor. A coisa mais inteligente que os investidores podem fazer é aumentar as alocações em dinheiro até esse gigantesco
experimento econômico acabar.

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