Há 300 mil anos, o homem de Neandertal estava sobre a Terra. Ele tinha ombros mais largos, era mais baixo e mais forte do que o ser humano atual. Essas características garantiram sua sobrevivência durante muito tempo.

Naquela época, se você olhasse para o sistema de vida do nosso planeta, veria uma cadeia alimentar na qual o homem, de qualquer espécie, ocupava uma posição mediana. Indo além, se você olhasse a configuração hierárquica animal da época, veria que a força era o elemento principal de dominância.

Ou seja, um leão caçava os gnus porque esses eram mais fracos. Da mesma forma que as hienas se alimentavam das sobras deixadas pelo leão, os humanos comiam apenas o que as hienas deixavam. Era uma cadeia na qual o mais forte sempre tinha o melhor alimento, enquanto os mais fracos pereciam ou se alimentavam dos restos.

Então, se olhasse para aquele período, você diria que o Homo neanderthalensis teria mais chances de sobreviver do que o Homo sapiens, dada a constatação de que um era mais forte do que o outro. Mas um detalhe que não poderia ser previsto aconteceu e favoreceu este último, nossa atual espécie.

O desenvolvimento do cérebro foi o principal fator determinante para que o Homo sapiens prevalecesse sobre os demais hominídeos que habitavam a terra. Exatamente a característica que qualquer um poderia ignorar olhando a configuração pré-histórica foi a mais crucial para o futuro da humanidade.

E é por isso que o passado não deve ser o nosso mapa para o futuro – em qualquer investimento, mas para cripto isso é primordial. Nesse novo paradigma do universo digital, um ano equivale à separação entre a pré-história e a história. Por isso, qualquer aposta baseada no que aconteceu no ano passado resulta em apenas usar um mapa errado que leva a lugares indesejados.

Mas, em termos práticos, o que isso significa?

Bem, até o presente momento, vimos criptomoedas que continham fortes alicerces baseados nos mecanismos de mineração, como o bitcoin, o litecoin e o ether. A rede de incentivos criada para fazer com que os mineradores dessem suporte ao blockchain foi a característica que nos fez chegar até aqui.

No entanto, não é necessariamente ela que vai ser a responsável pelos próximos passos que daremos nesse universo de criptoativos. Talvez a rede de mineradores possa ser comparada à força, que fez o homem chegar ao meio da cadeia alimentar. Mas, como mencionei, não foi o porte físico que o colocou no topo da cadeia alimentar. Então, pode ser que a responsável por fazer as criptomoedas chegarem ao topo do sistema financeiro também não seja a rede de mineradores.

Por isso, devemos abrir os olhos para as criptos com características que destoam das mais antigas, por exemplo, as pré-mineradas. Uma delas é a ripple, que disparou nas últimas semanas e não tem mineradores, pois todas as moedas já existem e 38 por cento já estão em circulação no mercado. Mas os diferenciais da ripple não param por aí, pois, em contraste com as criptomoedas mais antigas, ela é centralizada e tem por trás uma empresa que coordena suas atividades. Além disso, diferente do bitcoin, a criptomoeda nasceu com a proposta de se aliar aos bancos, e não de ir contra eles.

Pode parecer um contrassenso dentro do universo cripto, mas, como você pôde notar, na evolução da nossa espécie, uma característica nada trivial foi decisiva para nos estabelecermos como os únicos hominídeos no mundo e ascendermos ao topo da cadeia alimentar.

É por esse motivo que devemos fugir das trivialidades e buscar por coisas únicas que diferenciem um criptoativo dos demais. Somente assim estaremos sendo racionais o bastante e procurando características que façam sentido para o futuro, e não para o passado.

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