Após leitura do artigo Ferramentas Macroeconômicas (http://www.quartzoinvestments.com/ferramentas-macroeconomicas) , podemos agora nos aprofundar ao mesmo tempo que reduzimos nossa amplitude para uma análise microeconômica.
Primeiramente precisamos definir alguns termos que serão utilizados:
Determinantes da Demanda
São determinantes da demanda os seguintes fatores:
• Bens substituíveis
• Bens complementares
• Rendimento
• Moda (alteração nas preferências do consumidor)
• Expectativas.
A demanda de bens e serviços podem ser categorizados em:
Bens Substitutos
Se o preço de um bem substituto (bem com características semelhantes: ex: laranja e tangerina) baixar, os consumidores comprarão mais esse bem e diminuirão a compra do bem inicial.
Bens Complementares
Se o preço de um bem complementar (bem que complementa o nosso: ex: carro e a gasolina) baixar, os consumidores irão comprar mais de ambos os bens, uma vez que só se encontra utilidade com os dois bens e não apenas com um.
Se o rendimento disponível das famílias diminuir a quantidade procurada dos bens também irá diminuir.
Alterações no preço correspondem a alterações na curva da procura.
Alterações num dos determinantes correspondem a alterações da curva da procura: expansões ou contrações.
Procura de mercado
Até agora falamos na procura de um consumidor. Contudo, em economia para definir um preço não criamos um equilíbrio para cada consumidor mas sim um equilíbrio para cada mercado. Sendo que cada mercado é constituído por vários consumidores é necessário agregar as suas curvas da procura individuais de modo a obter uma curva da procura de mercado.
É muito importante ter noção de que as curvas da procura Agregam-se sempre pelas quantidades.
A Oferta
A Curva da Oferta
A Curva da Oferta corresponde ao valor mínimo que o vendedor está disposto a receber para vender determinada quantidade de um bem. De novo aplica-se o conceito de pensamento na margem e do custo que tem vender de uma unidade adicional do bem. A curva da oferta representa por isso o acréscimo de valor mínimo que o vendedor está disposto a receber para abdicar de mais uma unidade do bem.
Normalmente a curva é crescente uma vez que há medida que o consumidor está disposto a pagar mais, o produtor irá colocar mais unidades à venda no mercado. Quando porém o preço diminui, o produtor coloca menos unidades no mercado, provocando desta forma alterações na curva da oferta.
O modelo aplica-se a um vendedor price-taker: não escolhe os preços. Através dos preços e dos custos de produção é determinada a quantidade que põe à venda. A quantidade que maximiza o seu excedente será a mesma que maximizará o seu lucro.
A área por baixo da curva da oferta representa os custos variáveis na produção de X unidades do bem. Esta curva permite responder à questão: “Produzo Q. Quanto tenho que receber para estar disposto a produzir um pouco mais?”.
A resposta a esta questão é imediata. O produtor tem que receber no mínimo o valor que permita cobrir os seus custos adicionais na produção dessa unidade. Esses custos adicionais são retratados pelo custo marginal. Assim, conclui-se que a curva da oferta é igual ao custo marginal.
Determinantes da Oferta são determinantes da procura segundo os seguintes fatores:
• Tecnologia
• Número de concorrentes
• Expectativa quanto ao futuro
• Bens substitutos
• Bens complementares
• Salários
Alterações no preço correspondem a alterações na curva da oferta.
Alterações num dos determinantes correspondem a alterações DA curva da oferta: expansões ou contrações.
Realizando o cruzamento entre demanda e oferta chegamos a um preço de mercado
Exemplo:
Consideremos o seguinte:
O Sr. Silva vai de manhã a uma pastelaria comprar um bolo para o seu pequeno-almoço. O preço dos bolos é de R$ 1.
Este exemplo envolverá um raciocínio semelhante ao que utilizamos com o exemplo a gasolina no capítulo 1.
Como o Sr. Silva está cheio de fome, valoriza o consumo do bolo em R$ 5. Em relação ao consumo de um segundo bolo valoriza-o em 3€ (pois continua com fome, porém menos intensa). Continuando este raciocínio chegamos ao ponto em que valoriza o consumo de um terceiro bolo em apenas R$ 2, o quarto em R$ 0,5 e os seguintes em 0€ (pois mesmo que lhe fossem oferecidos o Sr. Silva não consumiria os bolos pois já estava satisfeito). Esta lógica reflete a valorização total que o sr. Silva faz do bem e que é representada pelo gráfico seguinte.
O Gráfico representa as valorizações totais. Ou seja, o valor máximo que o Sr. Silva está disposto a pagar para consumir as diferentes unidades de bolos.
Este exemplo permite concluir que, há medida que aumenta a disponibilidade de um bem, há decréscimo de valor que estamos dispostos a pagar.
Falando em valorizações totais e em “acréscimo / decréscimo de valor”, surge inevitavelmente a questão “Quanto estou no máximo disposto a pagar por mais uma unidade do bem?”. Os mais perspicazes já perceberam que nos referimos precisamente ao pensamento na margem. Temos por isso que traduzir o gráfico da valorização total para o gráfico da valorização marginal. Este novo gráfico representa precisamente o acréscimo de valor que estamos dispostos a pagar. E o valor máximo dispostos a pagar será a área total debaixo da curva da valorização marginal.
A área por baixo da curva de valorização marginal corresponde ao excedente bruto do consumidor (V). Se subtrairmos a V o valor efetivamente pago pelo consumidor (D), obtemos o excedente líquido do consumidor (S), que analisaremos no capítulo 3.
É importante compreender que a análise total é substituída em microeconomia pela análise marginal.
Desta seção, os aspectos importantes a reter são:
• A curva da valorização marginal corresponde à curva da PROCURA, que analisaremos na próxima seção.
CURVA DE DEMANDA PERFEITAMENTE INELÁSTICA
A quantidade procurada não responde de maneira alguma às variações de preço.
O sal: a quantidade procurada fica inalterada apesar de uma variação no preço
A ELASTICIDADE DA DEMANDA E A RECEITA TOTAL
• A Receita Total (RT) com um produto é obtida multiplicando o preço unitário pela quantidade vendida. A elasticidade-preço da demanda é um conceito importante para as empresas porque lhes permite saber se ao reduzir ou aumentar o preço, a receita total aumentará, diminuirá ou permanecerá inalterada.
• Quando a demanda é elástica, uma redução do preço aumentará a receita total.
Ao contrário, um aumento do preço reduzirá a receita total.
• Quando a demanda é Inelástica, uma redução no preço diminuirá a receita total. Ao contrário, um aumento de preço elevará a receita total.
• Quando a demanda é Unitária, a receita total proporcionada pelo bem não é afetada pelo preço, ou melhor, não varia com o preço cobrado.
Teoria do monopólio
Pela concepção tradicional, há monopólio quando há somente um único vendedor para um determinado produto, não substituto. Tal como no caso da concorrência perfeita, os exemplos de monopólio na sua forma pura são raros, mas a teoria do monopólio elucida o comportamento de empresas que se aproximam das condições de monopólio puro. Um monopólio pode simplesmente referir-se ao caso em que apenas uma empresa tem poder de mercado (ou seja, capacidade de influenciar preços neste mercado).
Na qualidade de único produtor de um determinado produto, o monopolista encontra-se em posição singular, pois, se decidir elevar o preço do produto, não terá que se preocupar com concorrentes. Isso não significa, entretanto, que poderá cobrar qualquer preço que desejar, pois cobrar um preço muito elevado pode reduzir de tal maneira a demanda que seu lucro será menor, e não maior[1].
Maximização de lucro no monopólio
Como ocorre no caso de uma estrutura de mercado em concorrência perfeita, no monopólio a empresa maximiza seu lucro quando a receita marginal iguala o custo marginal.
O lucro obtido na produção de”q” unidades do bem é, por definição, a diferença entre a receita “R” (obtida da venda das “q” unidades produzidas) e o custo (de produzir essas mesmas “q” unidades).
Exceção – O Bem de Giffen
Em economia, um bem de Giffen é um bem inferior, ao qual grande parte da renda é destinada, e para o qual um aumento do preço faz aumentar a sua quantidade demandada. Este comportamento é diferente dos da maioria dos produtos, que são mais consumidos (ou comprados) à medida que seu preço cai. Em termos microeconômicos, sua curva de demanda é crescente e, por isso, sua elasticidade-preço da demanda é positiva. Outra repercussão microeconômica é que seu efeito renda é maior que o efeito substituição.
As provas da existência de Bens de Giffen são debatidas. Um exemplo de uma situação em que pode ter existido um Bem de Giffen foi o pão na Irlanda do século XIX. Uma elevação moderada dos preços de pão levou a um maior consumo de pão, principalmente em famílias pobres, pois não havia outro bem barato e acessível capaz de substituir o pão na dieta das pessoas. Desta forma, maiores gastos no consumo de pão levaram a uma redução do consumo de outros produtos alimentícios, o que obrigou os mais pobres a consumir mais pão para sobreviver.