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Fat Finger / Flash Crash

A bolsa de valores exerce certo deslumbramento sobre os investidores, fazendo-os sonhar com uma tacada de mestre que os fará ricos. No entanto, a história real possui mais derrotas que vitórias. Há um ditado que diz: “A bolsa sobe de escada e desce de elevador” De fato os movimentos de alta são mais lentos que as quedas.
Temos no mercado a figura de dois animais para representar o mercado de alta (bull) e o mercado de baixa (bear). O touro chifra debaixo para cima enquanto a patada do urso é de cima para baixo.

Nesta eterna batalha entre bulls e bears o investidor deve se camuflar de ambos dependendo do momento. Há no mercado diversas histórias interessantes de sucessos e quebras que merecem ser contadas para servir de inspiração e cautela para os novos investidores.

Para ser bem sucedido o investidor deve ser capaz de tomar suas próprias decisões, filtrando as informações obtidas pela mídia, analistas e principalmente por agências de rating. Por vezes os analistas não agem conforme suas próprias recomendações. Para isto temos outro ditado de mercado: “Put your Money where your mouth is”. (Coloque seu dinheiro onde você indica)

Entre grandes momentos do mercado podemos citar:
1- Quebra da Enron de 2001
2- Quebra do banco Barings de 1995
3- Quebra do Long Term Capital Management de 1998
4- Crise Sub Prime de 2008
5- Fat Finger de 2010

O Fat Finger, também conhecido por Flash Crash, ocorreu em 6 de Maio de 2010, por um erro de um operador de Wall Street

(provavelmente do Citigroup) que, acidentalmente, vendeu bilhões de dólares em futuros¹ do índice S&P 500, enquanto sua intenção era fazer uma venda de milhões de dólares, gerando grande queda no valor do ativo.

Isto, por sua vez, propagou uma venda generalizada de todas as demais ações da bolsa, inclusive Procter&Gamble, uma das ações com maior peso no índice. Com a queda generalizada, os stop loss² dos investidores foram ativados, levando a quedas ainda mais íngremes. As ações da consultoria Accenture, por exemplo, chegaram a poucos centavos vindo de uma cotação anterior de U$ 100,00.

Em certo momento o índice Dow Jones Industrial chegou a cair mil pontos, tornando-se a maior queda diária da história. O tamanho da queda entre a máxima do dia e sua mínima foi de, aproximadamente, 9,3% em questão de minutos. A P&G chegou a cair 14%. Apesar de todo caos instaurado o índice se recuperou ao longo do dia com os investidores recobrando a racionalidade, fechando com queda de 3,2%.

Devido a constatação do erro, tomou-se a decisão de cancelar todas as ordens executadas com variação maior do que 10%.

Vídeo mostrando o pânico em Wall Street: https://www.youtube.com/watch?v=LtLnWmaF99E

Jornalistas relatando o pânico instalado: https://www.youtube.com/watch?v=86g4_w4j3jU

Ações da Accenture a centavos: http://blogs.wsj.com/…/accenture-for-a-penny-marketbeats-i…/

¹ Futuro – Opção que permite a compra ou venda de determinado índice ou ativo numa data futura pré estabelecida.

² Stop Loss – Quando investidores programam uma ordem de venda automática no momento que determinado preço é atingido.

Normalmente, estas ordens são colocadas pelo preço “em aberto” que significa que será executada a qualquer preço.

O tema previdência tem estado em todos os noticiários, uma vez que recentemente tramita em congresso a PEC 287 que altera algumas regras de aposentadoria, inclusive o aumento da idade mínima para tal.

O rombo atual da previdência já gira em torno de R$ 150 bilhões. Em algum momento, simplesmente não haverá dinheiro para pagar os aposentados e novas aposentadorias serão inviáveis.

O INSS (Instituto nacional de seguridade social) é descontado diretamente em folha de pagamentos segundo a tabela abaixo:

Abaixo segue tabela com Salário-de-Contribuição (R$) e Alíquota para fins de Recolhimento ao INSS:

até 1.556,94 – 8%

de 1.556,95 até 2.594,92 – 9%

de 2.594,93 até 5.189,82 – 11%

Algumas das propostas da PEC são:

1- Idade mínima de 65 anos para homens e mulheres

2- Elevação do tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos

3- Homens a partir de 50 anos e mulheres com 45 anos ou mais serão enquadrados em normas mais suaves, mas com tempo adicional para requerer o benefício. Aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o benefício até a aprovação da reforma não serão afetados.

4- O governo pretende mexer no cálculo e pressionar o trabalhador a contribuir mais tempo para melhorar o valor a receber. O benefício será calculado com base em 51% de 80% das melhores contribuições mais um ponto percentual a cada ano pago. Para se aposentar com 100% do benefício, será preciso contribuir 49 anos.

5- Com a mudança, a aposentadoria exclusivamente por tempo de contribuição no setor privado vai acabar. Valerá a idade mínima de 65 anos, mais um tempo mínimo de contribuição de 25 anos.

6- A PEC revoga aposentadoria especial de professores do ensino fundamental e médio (os de universidades já foram equiparados aos demais servidores) e policiais civis. Para servidores com menos de 50 anos (homem) e 45 anos (mulher), valerão as novas regras, com idade mínima de 65 anos. Quem estiver acima, entra na transição

Se esta alteração será suficiente para salvar a Previdência só o tempo irá dizer. Não me surpreenderia se tivéssemos novos aumentos na idade mínima, tempo de contribuição ou percentual do salário do indivíduo.

Como plano B, todos deverão ter um plano de previdência privada. Abaixo detalharemos as modalidades e regimes para que o indivíduo possa tomar a melhor decisão.

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre

As aplicações realizadas neste plano podem ser deduzidas do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta do indivíduo. Neste caso, o investidor prorroga o pagamento do IR até o momento do resgate ou renda recebida sobre o montante total recebido.

VGBL – Vida Gerador Benefício Livre

Os aportes do plano não podem ser abatidos do IR, porém, no momento do resgate o IR incidirá apenas sobre o lucro obtido.

Regime Progressivo

No regime progressivo, a tributação será de 15% na fonte (momento do resgate), independentemente do valor requerido. O valor dos resgates poderá ser compensado na sua Declaração de Ajuste Anual do IR, conforme a tabela de desconto progressivo do Imposto de Renda. É importante lembrar que, caso o valor recebido alcance a alíquota mais alta do IR 27,5%, a diferença entre os 15% já pagos e os 27,5% devidos deverá ser paga no momento da entrega da Declaração de Ajuste Anual do ano fiscal de referência do pagamento.

Regime Regressivo

Na tributação regressiva definitiva, o indivíduo terá vantagem tributária se for investir por muito tempo. Mas vale lembrar que, neste caso, não há a possibilidade de compensar os valores na Declaração de Ajuste Anual de IR, pois a tributação é definitiva e na fonte.

A alíquota de Imposto de Renda se dará conforme a tabela abaixo:

Período de aportes Alíquota de IR

Até 2 anos 35%

de 2 a 4 anos 30%

de 4 a 6 anos 25%

de 6 a 8 anos 20%

de 8 a 10 anos 15%

Mais de 10 anos 10%

Normalmente as previdências oferecidas pelos bancos contam com diversas desvantagens quando comparadas com as demais aplicações financeiras. Entre elas podemos citar alta taxa de administração para um serviço pouco eficiente (normalmente simples aquisição de títulos públicos), taxas de carregamento (sem motivo aparente) e por vezes, até mesmo a detestável taxa de saída.

A previdência é vantajosa nos casos em que o empregador oferece uma contrapartida proporcional ao valor investido (empresas que colocam dinheiro) adicional para as aplicações realizadas.

O assunto dinheiro, apesar de não ser o mais importante, é necessário à vida de todos. Planejar adequadamente suas finanças pode proporcionar a realização de sonhos e garantir uma aposentadoria tranquila no futuro. Para isto, um primeiro passo é entender os principais produtos oferecidos no mercado e verificar o que tem a melhor rentabilidade, verificando o que mais se adequá ao seu perfil.
Lembre-se, o gerente do banco trabalha para a respectiva instituição financeira e não necessariamente tem os mesmos objetivos que você, num claro conflito de interesses.

1- CDI – Certificado de Depósito Interbancário.
CDI – Você já deve ter ouvido diversas vezes do seu gerente que a aplicação está rendendo x% do CDI. Pois bem, CDI trata-se de títulos emitidos pelos bancos para a captação ou alocação de recursos excessivos pelo prazo de 1 dia. Hoje o rendimento do CDI gira em torno de 13,88% ao ano. Para fins de simplificação de cálculo podemos usar a taxa Selic como referência, que hoje é de 14%.
Quando seu gerente lhe oferece um CDB pagando 95% do CDI, ele está lhe oferecendo 95% x 14% = 13,8% de retorno anual. Do lucro auferido ainda incidirá imposto de renda retido na fonte no momento do resgate, segundo a tabela abaixo:

Até 180 dias 22,5%
Entre 181 e 360 dias 20%
Entre 361 e 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%

Portanto, dependendo da duração do investimento teríamos os seguintes rendimentos líquidos anuais (para 95% CDI) respectivamente:
10,69%
11,04%
11,38%
11,73%

Além do imposto de renda há ainda o IOF, imposto sobre operações financeiras, que busca penalizar operações de curtíssimo prazo, deixando de existir a partir do 30 dias. Segue tabela:

1 dia: 96% 7 dias: 76% 13 dias: 56% 19 dias: 36% 25 dias: 16%
2 dias: 93% 8 dias: 73% 14 dias: 53% 20 dias: 33% 26 dias: 13%
3 dias: 90% 9 dias: 70% 15 dias: 50% 21 dias: 30% 27 dias: 10%
4 dias: 86% 10 dias: 66% 16 dias: 46% 22 dias: 26% 28 dias: 6%
5 dias: 83% 11 dias: 63% 17 dias: 43% 23 dias: 23% 29 dias: 3%
6 dias: 80% 12 dias: 60% 18 dias: 40% 24 dias: 20% 30 dias: 0%

O CDB corre o risco de crédito do banco emissor, este, porém, conta com o fundo garantidor de crédito, uma instituição que busca garantir os depósitos dos correntistas em caso de insolvência do banco, até o limite de R$ 250.000 por CPF.
Nesta explanação tentaremos encontrar os melhores investimentos atuais disponíveis da renda fixa e em qual instituição financeira podemos encontrá-los. Primeiramente, gostaria de indicar um aplicativo chamado Renda Fixa disponível na Play Store (Loja do Google – Link), que oferece uma visão geral sobre as oportunidades do mercado. O relatório abaixo foi retirado do aplicativo supracitado em 25/10/2016.

CDB

Banco: Modal
Taxa: 123% CDI
Vencimento: 1800 DIAS
Aplicação Mínima: R$ 1000,00
Disponível: Corretora Modal Mais

Banco: BMG
Taxa: 118% CDI
Vencimento: 1461 DIAS
Aplicação Mínima: R$ 5000,00
Disponível: Corretora Clear

Banco: Agiplan
Taxa: 110% CDI
Vencimento: 364 DIAS
Aplicação Mínima: R$ 20.000,00

Percebamos que quanto mais longo é o titulo (menor liquidez), maior sua rentabilidade, pois tomamos risco por mais tempo. Da mesma forma, aplicações mais volumosas podem obter produtos mais rentáveis. Além disto, o rating do banco medido pelas três grandes agências de risco (Standard and Poor´s e Moody´s e Fitch) também interfere nas taxas praticadas. Vale ressaltar que tais agências atribuíam triplo A (grau máximo de segurança) para os papéis hipotecários americanos no início de 2008. Portanto, não se pode acreditar cegamente em suas análises.

2- LCI / LCA – Letra de Câmbio Imobiliário e Letra de Câmbio do agronegócio
São títulos de crédito lastreados por crédito imobiliário, garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de imóveis. Corre-se o risco da instituição financeira emissora, que por sua vez, lastreia o título em financiamentos imobiliários e do agronegócio.
Este produto conta com Fundo Garantidor de Crédito e possui isenção de Imposto de Renda. Normalmente, os bancos oferecem liquidez reduzida para este produto. Desta forma, o investidor não terá disponibilidade sobre seus recursos durante o prazo acordado.
Utilizando o CDI do exemplo acima de 14%, poderíamos dizer que um CDB 100% com imposto de renda de 15% seria equivalente a uma LCI /LCA de 83,8% do CDI.

3- Previdência: PGBL / VGBL – Progressivo / Regressivo

PGBL – Plano Gerador de Beneficio Livre
As aplicações realizadas neste plano podem ser deduzidas do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta do indivíduo. Neste caso, o investidor prorroga o pagamento do IR até o momento do resgate ou renda recebida sobre o montante total recebido.

VGBL – Vida Gerador Benefício Livre
Os aportes do plano não podem ser abatidos do IR, porém, no momento do resgate o IR incidirá apenas sobre o lucro obtido.

Regime Progressivo
No regime progressivo, a tributação será de 15% na fonte (momento do resgate), independente do valor requerido. O valor dos resgates poderá ser compensado na sua Declaração de Ajuste Anual do IR, conforme a tabela de desconto progressivo do Imposto de Renda. É importante lembrar que, caso o valor recebido alcance a alíquota mais alta do IR 27,5%, a diferença entre os 15% já pagos e os 27,5% devidos deverá ser paga no momento da entrega da Declaração de Ajuste Anual do ano fiscal de referência do pagamento.

Regime Regressivo
Na tributação regressiva definitiva, o indivíduo terá vantagem tributária se for investir por muito tempo. Mas vale lembrar que, neste caso, não há a possibilidade de compensar os valores na Declaração de Ajuste Anual de IR, pois a tributação é definitiva e na fonte.

A alíquota de Imposto de Renda se dará conforme a tabela abaixo:

Período de aportes Alíquota de IR

Até 2 anos 35%
de 2 a 4 anos 30%
de 4 a 6 anos 25%
de 6 a 8 anos 20%
de 8 a 10 anos 15%
Mais de 10 anos 10%

Normalmente as previdências oferecidas pelos bancos contam com diversas desvantagens quando comparadas com as demais aplicações. Entre elas podemos citar alta taxa de administração para um serviço pouco eficiente (normalmente simples aquisição de títulos públicos), taxas de carregamento (sem motivo aparente) e por vezes, até mesmo a detestável taxa de saída.
A previdência é vantajosa nos casos em que o empregador oferece uma contrapartida proporcional ao valor investido (empresas que colocam dinheiro) adicional para as aplicações realizadas.

4 – Fundos de Investimento
Os fundos de investimento apresentam-se como mais uma forma de exposição ao mercado financei ro. Podem ser de Renda Fixa, Ações, Cambial e Multimercado. Ressalta-se que este produto não conta com FGC, porém possuem vasta diversificação de títulos em carteira, de forma que a inadimplência de alguns deles não impactaria de forma substancial na sua rentabilidade.

Renda Fixa DI– Aplica em títulos públicos e privados de renda fixa (títulos de dívida). Podem ser pré fixados (taxa acordada no momento da compra) ou pós fixados (que variam conforme a variação do CDI).

Renda Fixa Inflação – Adquire títulos indexados a inflação, normalmente a NTN-B (título público que rende um juro fixo mais a inflação do período). Este tipo de investimento pode ser muito interessante neste momento de inicio do ciclo de queda de juros (Selic)

Ações – Faz a gestão ativa de seleção de ações em bolsa ou segue o índice referência (normalmente o Ibovespa)

Cambial – Atua como um hedge* comprando determinada moeda estrangeira (normalmente dólar)
*Hedge – Forma de proteção, neste caso contra a desvalorização cambial do Real (R$)

Multimercado – Pode atuar nos mais diversos mercados, buscando a melhor alocação possível de sua carteira. Recomenda-se ler atentamente aos prospectos para saber a estratégia utilizada pelo fundo e se esta se adequa a seu perfil, para evitar surpresas desagradáveis.

5 – FGTS
O FGTS (Fundo Garantidor de Tempo de Serviço) é um depósito mensal, referente a um percentual de 8% do salário do funcionário, que o empregador fica obrigado a depositar em uma conta bancária no nome do empregado e deve ser aberta na Caixa Econômica Federal.

O rendimento do FGTS é de módicos 3% ao ano, perdendo em muito para a poupança, que já é um péssimo investimento. Além disto, a inflação nos últimos anos tem sido muito superior aos 3%, o que faz com que o valor depositado no FGTS tenha cada vez menos poder de compra.
Por ser algo obrigatório, não há como alocar tais recursos de melhor forma, exceto nas seguintes situações:

– Demissão sem justa causa
– Na aposentadoria
– No falecimento do trabalhador
– Quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos;
– Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV
– Quando o trabalhador ou seu dependente estiver acometido de neoplasia maligna (câncer)
– Quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão de doença grave
– Quando o trabalhador permanecer por 03 (três) anos ininterruptos fora do regime do FGTS, cujo afastamento tenha ocorrido a partir de 14/07/90, inclusive, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta;
– Na amortização, liquidação de saldo devedor e pagamento de parte das prestações adquiridas em sistemas imobiliários de consórcio
– Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional concedido no âmbito do SFH

PIS – Programa de Integração Social
Inicialmente é necessário ter um Cartão Cidadão, vá até a agência mais próxima da Caixa Econômica Federal com um documento de identificação com foto e sua carteira de trabalho. Este cartão facilitará também seu acesso a outros benefícios oferecidos pelo governo.

O PIS busca a integração do empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa. O pagamento do PIS é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal.
Funciona, portanto, como um abono salarial no valor de um salário mínimo e para ter direito ao benefício é preciso cumprir com os seguintes requisitos:

• Estiver cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos
• Ter recebido remuneração mensal média de até dois salários mínimos durante o ano-base;
• Ter exercido atividade remunerada para Pessoa Jurídica durante, pelo menos, 180 dias seguidos no ano-base considerado para apuração;
• Ter seus dados informados pelo empregador (Pessoa Jurídica) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais – RAIS).

Existem situações especiais na qual o saque das quotas do PIS são permitidas:

• Aposentadoria;
• Invalidez permanente ou reforma militar;
• Idade igual ou superior a 70 anos;
• Falecimento do participante;
• Titular ou dependente portador do HIV;
• Titular ou dependente com câncer;
• Benefício assistencial à pessoa portadora de deficiência e ao idoso.

PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
Programa com o qual União, Estados, Municípios, Distrito Federal e territórios contribuem com o fundo destinado aos empregados do setor público. O pagamento do PASEP é feito pelo Banco do Brasil.
O trabalhador deve se enquadrar em uma série de regras estabelecidas pelo Governo. Esse benefício é uma conquista do servidor público e funciona como um 14º salário para o funcionalismo público, especialmente para os servidores com os menores salários, e financiado através da contribuição COFINS.
Regras:
• Que o servidor público esteja cadastrado no PASEP por mais de 5 anos;
• Seu salário não pode ser superior a dois salários mínimos mensais;
• A Repartição, entidade ou empresa pública em que o funcionário se encontra trabalhando precisa ter o declarado na última RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), informando o vínculo empregatício entre o órgão e o servidor;
• Ele deve ter servido por pelo menos 30 dias do ano anterior para ter direito ao benefício.

Para estrear o novo blog nada melhor do que começar pelo início. Seguem pequenas e valiosas dicas Financeiras

Abaixo seguem pequenos cuidados e dicas que devemos ter para preservar e multiplicar capital proporcionando uma vida e aposentadoria mais tranquilas.

1- Deve-se ter uma reserva de emergência suficiente para cobrir de 3 a 6 meses das despesas mensais em aplicação segura, com liquidez imediata. Em tempos de crise e instabilidade, isto pode garantir sua sobrevivência.

2- Separe uma parte de sua renda para investimentos. Retire este valor como se fosse uma despesa, assim você não terá desculpas para não poupar mensalmente.

3- Após alguns anos economizando, seu montante será suficiente para lhe gerar renda adicional, garantindo uma aposentadoria mais confortável.

4- Não há mais motivos para aplicar em poupança. O rendimento auferido perde para a inflação; além da rentabilidade ocorrer apenas uma vez no mês (data de aniversário). Outros produtos possuem rendimento diário.

5- Hoje é possível aplicar quantias tão pequenas quanto R$ 30,00 no Tesouro Direto. Não há motivo para não começar a investir.

6- Para quantias maiores e podendo abrir mão da liquidez, as instituições financeiras oferecem taxas inclusive superiores a Taxa Selic.

7- Boa parte dos instrumentos financeiros privados possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Esta é uma instituição privada que garantirá até R$ 250 mil reais por CPF, em caso de quebra do banco emissor do título.

8- Apesar de mais seguro que outras formas de investimento, a renda fixa não é fixa e pode gerar grandes ganhos ou perdas, para compradores de títulos que não o levem até seu vencimento.

9- Não faça dividas. Enquanto a maioria dos países do mundo possui taxa de juros zero ou até negativa, o Brasil possui taxa básica de 14,25% a.a. (Taxa Selic).

10- Caso esteja endividado, tente trocar sua dívida cara por uma mais barata e mais aderente ao seu fluxo de caixa mensal. As taxas também podem variar de acordo com o banco escolhido.

Hoje temos as seguintes taxas de juros médias para os diversos tipos de endividamento:

Cartão de Crédito – 400% a.a.;

Cheque Especial – 280% a.a.;

Crédito Pessoal – 120% a.a.;

Crédito Consignado (desconto em folha) – 28% a.a.

Renegocie, os bancos têm interesse em receber. A negociação normalmente é facilitada quando o crédito passa a integrar a Conta de Provisão para Devedores Duvidosos do banco. Isto quer dizer que o mesmo já considera esta dívida uma perda em suas finanças, qualquer recuperação de valor contará como resultado. Nunca efetue o pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito. Por vezes somos tentados pelo baixo valor das parcelas e esquecemos dos altos juros cobrados.

Após subir forte no começo da semana passada, a Bolsa devolveu um pouco dos ganhos e fechou em alta de 1,84%. Em meio a dados econômicos mistos, o campo político também chamou a atenção, com destaque para a declaração do atual ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que tocou em um assunto que é tabu no Brasil. Quando questionado no programa “Roda Viva” sobre a privatização da Petrobras, o ministro respondeu que uma privatização seria o provável caminho a ser tomado. Não à toa, o mercado entrou em modo de euforia no dia seguinte à declaração — Petrobras (PETR4) subiu 3,7%. A companhia, que sofre há décadas com problemas de ineficiência, aumento da dívida, corrupção e uma péssima política de preços de combustíveis, parece estar cada vez mais em linha com as melhores práticas de governança e gestão. Desde o início do governo Temer, a estatal, que hoje é presidida por Pedro Parente, exministro de FHC, tem uma cara bem diferente da deixada pela ex-presidente Dilma (tchau, querida!). Com uma administração pró-mercado, Parente conseguiu reverter o cenário catastrófico da Petrobras, que já no primeiro trimestre de 2017 apresentou um Ebitda recorde. A Direto ao Ponto A recomendação para a semana é manter as posições e esperar um pouco mais de definição do mercado. Às vezes, a melhor coisa a se fazer é não fazer nada. 15 3 continuar dessa forma, a companhia pode voltar a pagar dividendos aos acionistas, fato que não ocorre desde 2014. É claro o objetivo do governo de diminuir a participação nas estatais brasileiras, mas aprovar uma privatização da Petrobras em meio ao atual cenário é tarefa quase impossível e provocaria um imenso desgaste político. Há poucos dias, vimos como foi custoso ao governo Temer toda a questão do leilão das usinas da Cemig — uma corja de políticos mineiros lutou com unhas e dentes para manter a histórica fonte de cargos e indicações políticas. Mesmo que a agenda de privatizações esteja andando, o governo tem cada vez menos capital político para gastar e, com isso, está cada vez mais difícil aprovar a reforma da Previdência, uma das mais importantes e urgentes. O atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já mudou seu discurso e prevê a aprovação da reforma da Previdência para novembro. Nos meses anteriores, o ministro vinha afirmando que o texto seria aprovado já em outubro. A verdade mesmo é que já começamos a trabalhar com a hipótese de que esse será um abacaxi a ser descascado pelo próximo presidente — vai ser no mínimo interessante saber como os presidenciáveis vão endereçar a questão durante a campanha. Ainda no campo político-econômico, o Senado aprovou a MP do Refis, permitindo o parcelamento de dívidas de empresas e pessoas físicas com a União. O modo como o texto passou não agradou à equipe econômica, que vem tentando aumentar a arrecadação de todas as maneiras para fechar o ano dentro da meta (que já foi revisada). Olhando para os indicadores, encerramos a semana com um sentimento agridoce — algumas coisas vieram boas, outras nem tanto. Bem em linha com o que esperamos de uma recuperação lenta e gradual depois da maior crise econômica da história “destepaiz”. No campo econômico, dados da Markit mostraram um PMI de 50,9 em setembro, repetindo o desempenho de agosto. O índice é peça-chave para medir negócios e a condição da economia — quando acima de 50, representa expansão na produção de bens manufaturados. 15 4 Na terça-feira da semana passada, o IBGE divulgou dados da produção industrial abaixo da expectativa. Os números indicaram queda de 0,80% em agosto na comparação com o mês anterior e crescimento de 4% na comparação de agosto de 2017 com o mesmo período em 2016. Apesar de vir abaixo da expectativa, os dados não revertem a tendência da indústria que, mesmo a passos de tartaruga, vem apresentando crescimento. Na quinta-feira (5), a Anfavea divulgou os dados da produção de veículos e confirmou o movimento de retomada do setor automotivo. A produção no mês somou quase 237 mil novos veículos no mês de setembro (evolução de 39% na comparação anual). Não é por menos que nossa posição em Marcopolo vem subindo semana a semana. O setor, que andou de ré por mais de dois anos, finalmente mostra retomada em todos os segmentos de veículos. A inflação, mesmo que ainda abaixo da meta, apresentou uma aceleração e causou uma espécie de susto no mercado (cachorro que foi picado por cobra tem medo até de linguiça). Dados do IPCA superaram a expectativa (0,09%) e mostraram alta de 0,16% em setembro. No acumulado de 12 meses, saiu de 2,46% para 2,54%. Apesar da surpresa, ainda não vemos motivos para que o Banco Central mude seu discurso de redução moderada da Selic. O que estamos vendo é uma redução nas expectativas mais otimistas — Selic muito abaixo dos 7% não parece factível, ao menos por enquanto. Ainda trabalhamos com o cenário de “escadinha”, ou seja, reduções de 75 bps, 50 bps e 25 bps nas três próximas reuniões do Copom, o que levaria a taxa a 6,75% no fim do ano. No cenário externo, a escolha do próximo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a redução do ritmo de compras pelo Banco Central Europeu (BCE) vem movimentando o mercado e causando apreensão. Nos EUA, Donald Trump continua sem grandes conquistas no Congresso. Nas eleições de 2017, ele prometeu uma política fiscal expansionista e menos regulação no mercado, o que permitiria trazer a volta do emprego para a população americana e fazer a América “Great Again”. 15 5 O problema é que, desde a crise de 2008, os Estados Unidos adotaram uma política monetária extremamente expansionista, o que levou a um aumento significativo da dívida pública e do balanço do Fed. A atual presidente da instituição, Janet Yellen, que comandou o maior banco central do mundo com uma postura cautelosa e previsível, vem mudando seu discurso e indicando que os EUA devem subir os juros básicos em mais 25 bps ainda este ano. Será que a pomba virou falcão? Mas o ponto é que no começo do próximo ano a “vovozinha” se aposenta e Trump precisará indicar um novo presidente para o Fed. É aí que mora o perigo. O Brasil, por se tratar de um país emergente com problemas fiscais, fica muito mais suscetível a essas mudanças. Um candidato menos ponderado — que poderia subir os juros em um ritmo mais rápido, pode levar a uma desvalorização da nossa taxa de câmbio, que, após forte ajuste em 2015, tem ficado comportada e não gera pressão inflacionária. Dentre as características que Trump procura em um candidato, estão um discurso gradual de alta nos juros e uma redução das amarras do sistema financeiro, que teve sua regulação mais restrita logo após a crise de 2008. É uma ótima combinação para a economia brasileira, mas pode trazer grandes problema futuros para a economia mundial. Na Europa, o banco central vem discutindo a redução do programa de ativos. O BCE deixou claro que a redução será gradual, o que deve manter a liquidez por mais algum tempo e dá ao governo brasileiro mais uma oportunidade de consolidar a questão fiscal — com menos volatilidade no câmbio, temos uma inflação futura menos pressionada por mudanças na política monetária externa. Um eventual desarranjo nos EUA e/ou na Europa poderia gerar forte desvalorização cambial para moedas emergentes (Brasil inclusive). Nesse cenário, uma das primeiras medidas do Banco Central (ainda mais um conservador como o atual) seria apertar a política monetária (subir juros), o que colocaria nossos planos de crescimento em modo de espera. 15 6 Mas o que temos pela frente ainda é uma queda de juros gradual e, portanto, cada vez mais devemos observar a migração da renda fixa para a variável. Pelo que estamos vendo, até alguns fundos mais conservadores estão migrando seu portfólio para a Bolsa. Com a retomada da economia, as companhias devem apresentar forte expansão de lucro — fluxo positivo de capitais e crescimento de lucros formam uma combinação bastante favorável para a renda variável.

Existem poucos ativos tão mal compreendidos como o Ouro.

Eu até posso refinar a minha alegação e dizer: existem poucos ativos tão mal compreendidos como o dinheiro.

Isto porque acredito que a maioria das pessoas não pensa realmente em todas as suas finalidades.

Deixe-me explicar…

Os economistas atribuem ao dinheiro três propriedades:

– Deve ser uma unidade de conta (podemos atribuir um preço às coisas).
– Deve ser um meio de troca – o que evita o inconveniente da troca.
– E deve ser uma reserva de valor, algo que nos permite manter o nosso poder de compra em termos reais, se optar por adiar gastos e poupar em vez disso.

O papel moeda faz um trabalho razoável nos dois primeiros, mas é desastroso em relação ao terceiro.

Para colocar de outra forma: desde o estabelecimento do banco central dos Estados Unidos em 1913 (Federal Reserve), o dólar perdeu 98% do seu poder de compra.

Já em território lusitano, durante o mesmo período, o escudo e depois o euro fizeram bem pior.

Em contrapartida, o Ouro desenvolveu-se como um ativo monetário num mercado livre.

O metal amarelo competiu com todos os outros tipos de “moeda” disponíveis – como o gado, conchas, tabaco e algodão – e ganhou a todas!

Tecnicamente, somos constrangidos por decreto governamental a usar euros para o pagamento das nossas contas, impostos e dívidas…

O meu pessimismo para o curto-prazo, mas também o meu otimismo, conflui para uma ideia em que o Ouro é o passado e o futuro do dinheiro.

Vamos começar do princípio…

Regresso ao passado

Ao longo dos séculos as pessoas favoreceram os metais preciosos como moeda por causa da sua escassez, durabilidade, maleabilidade e beleza.

Usar certificados de papel (notas) para representar o Ouro guardado num cofre qualquer foi o passo lógico seguinte. Ninguém ia querer carregar barras de Ouro em cima de um burro para lá e para cá.

Mas aí a perversão humana veio à tona… Quando os governos e banqueiros gananciosos perceberam que poderiam imprimir mais certificados de Ouro do que realmente possuíam.

Aqueles de nós que acreditam que o Ouro é uma melhor forma de reserva de valor que o papel-moeda (leia-se, notas emitidas pelo banco central) sem lastro, tendem a ver 1971 como o “Ano Zero”.

Porque foi exatamente nesse ano que o presidente Nixon retirou o dólar norte-americano do padrão Ouro.

Destruindo o último elo entre o dinheiro de papel e o metal precioso, Nixon deu início a uma experiência de 40 anos em política monetária.

Uma parte significativa dessa experiência permitiu que os bancos centrais e comerciais do mundo efetivassem poderes ilimitados de criação de crédito.

Com efeito, se a impressão de dinheiro não é mais limitada pela quantidade de Ouro no Fort Knox, então estes senhores podem imprimir e emprestar tanto quanto quiserem…

Não é surpreendente que o peso dos estados na economia ao longo dos últimos anos tenha aumentado precisamente a partir deste momento… os governos irresponsáveis incorriam em deficits orçamentais e o banco central emitia moeda para resolver o problema (via inflação).

É por essa razão que os governos altamente endividados e os bancos centrais têm esta relação de amor/ódio com o Ouro. Em parte, a subida do preço do metal precioso significa que os aforradores suspeitam cada vez mais da moeda de papel que os governos e companhia estão determinados a imprimir em quantidades cada vez mais absurdas.

Nos dias de hoje

Agora que o Ocidente está altamente endividado e sem crescimento, os bancos centrais estão a extrair o maior partido dos seus poderes.

Aqueles de nós que possuem exposição ao dinheiro-papel estão a pagar o preço.

Todos os dias com a impressora ligada, produzindo mais notas e moedas, os bancos centrais tornam os euros de hoje (ou dólares ou iene japonês) menos valiosos no dia seguinte.

A inflação é isso mesmo.

Uma forma invisível de passar o seu dinheiro para o bolso do Estado.

Talvez por isso, quando este ano o preço do Ouro subiu acima de US$ 1.300, ainda muito longe do seu anterior máximo de mais de US$1.900, os “especialistas” apressaram-se a dizer que seria um movimento técnico, sem razões fundamentais…

A impressão de moeda em si não cria riqueza – David Hume chegou a essa conclusão no século XVIII – tem um efeito estimulante dos agentes económicos no curto-prazo, mas que tende a desvanecer-se ao longo do tempo.

E atenção! Se exagerada pode criar desequilíbrios e desajustamentos que funcionam exatamente contra o produto do trabalho.

Pense quantas empresas moribundas ainda se aguentam de pé por causa do crédito barato. Esse mesmo dinheiro devia estar a ser utilizado por empresas inovadores, que com novos produtos deviam substituir as velhas e os seus antigos modelos de negócio.

Sendo assim, a engrenagem da economia não funciona no seu potencial máximo.

Como é que se protege destes disparates?

Pense no OURO, não como forma de especulação, mas totalmente o oposto.

A decisão de comprar Ouro não é um investimento.

É uma decisão consciente em que se abstém de investir até que um regime monetário honesto que faz o cálculo racional dos preços apareça…

Será que algum dia vai haver um regime monetário honesto?

Isso depende em parte de quanto tempo a presente fraude grotesca das poupanças dos aforradores irá continuar…

Eu não estou confiante de que vivamos no mais estável dos sistemas bancários ou ambientes financeiros.

Mas a menos que os nossos políticos comecem de repente a operar orçamentos equilibrados, ou que os nossos banqueiros centrais comecem a parar de imprimir dinheiro, é inteiramente plausível acreditar que o rali do Ouro deve continuar…

Para quem gere os bens sagrados dos seus clientes através de um período de libertinagem monetária, o Ouro representa um voo para um paraíso que é raro, independente e permanente.

Muitos críticos do Ouro consideram o investimento no metal como um ato de fé.

A pergunta seguinte deveria ser: então por que tantos investidores (em oposição aos especuladores) realizam esse ato de fé?

Assim como seria pertinente perguntar, por que é que os investidores deveriam ter qualquer fé nas moedas de papel que os bancos centrais estão a fazer de tudo em seu poder para desvalorizar?

É legítimo salientar que ao contrário das ações, títulos e imóveis, o Ouro não gera retorno.

Mas ninguém disse que devia.

O próprio papel-moeda é comparativamente inerte, mas muito menos resistente e inflamável. O papel-moeda só se torna um ativo gerador de lucro quando o converte num depósito bancário. E para isso abdica da sua independência financeira e torna-se um credor sem garantias do banco.

Talvez o Ouro não seja um ativo financeiro por si só ou pode ser “simplesmente” uma mercadoria. Talvez o Ouro, também, seja dinheiro?

JP Morgan certamente pensava que sim, há um século. Hoje em dia, os bancos centrais continuam a pensar assim. Por que continuariam eles a manter Ouro como parte das suas reservas se assim não fosse?

Certamente não é, como Ben Bernanke uma vez disse, apenas por “tradição”.

O debate é interminável porque a maioria dos intervenientes recusam-se a concordar com os termos.

Nós consideramos o Ouro como um metal monetário, uma moeda alternativa e uma reserva de valor “a médio prazo”.

Não é um investimento, mas sim, uma decisão consciente em que se abstém de investir. Ouro, por outras palavras, é a parte da carteira que não está “no mercado”.

Recomendamos Ouro aos nossos clientes como parte de uma carteira diversificada.

Deve manter Ouro ao lado de outros investimentos convencionais, tais como obrigações de alta qualidade (assumindo que podem ser encontradas), investimentos em empresas geradoras de caixa e fundos de retorno absoluto.

Não está, certamente, à espera que todas as suas posições subam em valor, ao mesmo tempo e na mesma medida, pois não?

Isso nunca acontecerá. Porque não estão correlacionadas entre si. É esse o ponto!

Todo o propósito do exercício é assegurar que uma carteira contenha ativos genuinamente independentes que se comportem de maneiras diferentes durante ambientes de mercado diferentes.

O ambiente financeiro que despoleta a compra de Ouro – que incluiu altos níveis de endividamento, guerras cambiais e o risco de crise financeira sistémica – não surge em todas as gerações.

Mas é exatamente o quadro que temos atualmente.

No caso da dívida soberana europeia, o BCE continua a comprar, mais ou menos sem levar em conta a vontade (ou falta dela) dos estados devedores. Eles compram porque comprometeram-se a comprar.

O fenómeno acontece um pouco por todo o mundo – em países mais distantes. Seja a Reserva Federal, o Banco Popular da China, o Banco do Japão ou o BCE, o principal objetivo dos bancos centrais não é a integridade de preços e taxas de câmbio.

É, antes, a prevenção de crises. A finalidade é manter a economia num ritmo controlado, mesmo que para isso estejam a criar os desequilíbrios que farão o castelo de cartas vir por aí a baixo.

Uma pergunta. Existe algum preço para qualquer ativo financeiro, em qualquer lugar do mundo, que de alguma forma não seja refém diretamente ou indiretamente de uma manipulação oficial?

No caso dos mercados de dívida ocidentais, ou ações chinesas, a questão nem se coloca…

Por isso, até que o ambiente financeiro fortaleça, não vamos alterar a estratégia que assenta nos princípios da diversificação de ativos e preservação de capital.

De que forma é que pode investir em Ouro?

São basicamente 3 formas:
1) Fundos
2) ETF’s
3) Ouro Físico

Vamos a elas, portanto.

1) Fundos

As restrições dos fundos não os permitem comprar diretamente o metal precioso, mas ainda assim, existem fundos que investem em ações de empresas cuja atividade está correlacionada com a cotação do ouro, particularmente a mineração.

É como se comprasse um cabaz de ações de mineiros. Teria uma ínfima percentagem de cada uma dessa empresas, e de cada vez, que o ouro sobe a cotação dessas empresas também, logo o seu fundo segue para el dorado.

Não há tantos fundos de ouro disponíveis, principalmente em comparação a outras categorias de investimento.

Ainda assim, existe uma gama suficiente, capaz de dar acesso ao investidor de forma relativamente fácil, sem se preocupar em realizar operações em bolsa, precisar arcar com particularidades de corretagem e custódia ou dificuldades de armazenamento.

A contrapartida de delegar a um terceiro a gestão e se livrar das demais questões supracitadas é o pagamento de taxas de administração, que variam, grosso modo, de 2% a 3% ao ano.

Blackrock Global Funds – World Gold Fund E2 (em dólares)
Taxa Global de Custos: 2,58%

Invesco Funds – Invesco Gold & Precious Metals Fund (em euros)
Taxa Global de Custos: 2,58%

2) ETF’s

Existem muitos ETF’s de ouro disponíveis, principalmente em comparação a outras categorias de investimento.

É assim provavelmente a forma mais fácil de investir no metal precioso.

Investir num ETF’s é exatamente o mesmo processo de comprar uma ação, só que desta vez o seu título varia de acordo com a cotação de uma commodity.

Abaixo cito três ETF’s:

SPDR Gold Shares (em dólares) – mais líquido do mundo
Taxa de administração: 0,40% ao ano

iShares Gold Trust (em dólares)
Taxa de administração: 0,25% ao ano

db Physical Gold Euro Hedge ETC (em euros)
Taxa de administração: 0,59% ao ano

A tributação segue as regras estabelecidas para mais-valias:
A venda tem de ser declarada no IRS e a eventual mais-valia está sujeita a imposto.

3) Ouro Físico

Do ponto de vista operacional é relativamente fácil comprar ouro físico. Para atuar no mercado de balcão, a compra e venda pode ser feita por meio de instituições financeiras especializadas (bancos, corretoras e distribuidoras).

O banco não cobra comissões de compra e venda, o lucro está no spread praticado: vendem acima do valor de referência do mercado (cotação dos futuros com vencimento mais curto) e compram abaixo.

Se decidir guardar o metal consigo – caso tenha um lugar seguro e de fácil acesso. Ela não envolve taxas adicionais e dá-lhe a garantia de acesso ao metal – em situações de crises extremas, justamente quando o ouro se irá provar mais rentável, o acesso ao património custodiado no banco (dinheiro e/ou ouro) pode ser restringido. Obviamente, estamos a falar aqui de situações extremas, mas é exatamente quando estaria mais necessitado desse património de refúgio e mais valorizado estaria o metal.

Se optar pela aquisição do ouro, basta ao cliente procurar uma agência do banco. Os procedimentos são semelhantes para as demais grandes instituições.

Como vimos, o Ouro é um ativo utilizado como instrumento de proteção a crises por grandes gestores de investimento. Ou seja, quanto mais o mercado acredita numa tempestade, mais o metal tende a se valorizar.

Parafraseando um grande gestor de fortunas: “Não é por que não consigo adivinhar quando a tempestade vai acontecer, que não me devo preocupar com as nuvens que se aproximam”.

Esta fica entre nós: antes mesmo do Ouro, o leitor que se rodeia de informação estará sempre mais preparado para tomar decisões acertadas.

Uma coisa que sabemos sobre ditadores e megalomaníacos é que eles quase sempre anunciam seus planos com antecedência. Adolf Hitler escreveu sua autobiografia, “Mein Kampf”, em 1925. Na obra, afirmou que tomaria o poder na Alemanha, conquistaria a Europa e mataria os judeus. E foi exatamente isso o que ele fez nas décadas de 1930 e 1940. Nos anos 1930, o Japão anunciou a “Grande Esfera de Co-prosperidade do Leste Asiático”, com mapas mostrando um império que se estendia da Índia ao Pacífico Central. O país acabou invadindo e conquistando um território que ia da Birmânia a Manila e atacando Pearl Harbor, levando a cabo as ameaças. Em 1996, e novamente em 1998, Osama bin Laden declarou guerra aos Estados Unidos. A ameaça não foi levada a sério até ele atacar o World Trade Center em 11 de setembro. O último ditador a fazer uma ameaça gravíssima aos EUA foi o líder norte-coreano Kim Jong-un. Como informa este artigo, Kim ameaçou detonar uma bomba de hidrogênio na atmosfera da região do Oceano Pacífico. Seria um equívoco ignorar essa ameaça, como fizemos com Hitler e Bin Laden. Quando Kim ameaçou testar mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), cumpriu a palavra. Quando ameaçou detonar uma bomba H em um teste subterrâneo, também concretizou seus planos. O norte-coreano cumpriu 100 por cento das ameaças que fez. Se Kim detonar uma bomba H na atmosfera, isso será uma prova de que a Coreia do Norte tem domínio da engenharia necessária para miniaturizar a bomba e acoplá-la a um ICBM. Quando isso acontecer, será o fim da linha para os EUA, que não esperarão para atacar a Coreia do Norte até que o país asiático demonstre capacidade de acionar um arsenal de ICBMs com ogivas nucleares. É por isso que nosso tempo está se esgotando. A ameaça de Kim deu início a uma contagem regressiva que forçará um ataque preventivo por parte dos EUA. Essa guerra está chegando mais rápido do que eu era capaz de prever até  poucas semanas atrás. A hora de preparar o seu portfólio é agora.

O mais fascinante a respeito deste artigo não é o conteúdo, mas sim o “timing”. O artigo informa que a China aumentou a estimativa de reservas comprovadas de ouro para 12.100 toneladas. O texto gerou muita confusão entre as pessoas que seguem de perto questões relacionadas a China, Rússia, ouro e ao status do dólar americano. Alguns leitores entenderam que “reservas” dizia respeito às reservas oficiais de ouro do país, mantidas pelo Banco Popular da China e por sua entidade-irmã não oficial, a SAFE (State Administration on Foreign Exchange, agência estatal de divisas estrangeiras). Esse entendimento é incorreto. As reservas oficiais de ouro do país são de aproximadamente 1,8 mil toneladas, mas pode chegar a 5 mil toneladas, se contado o ouro não registrado. Este artigo se refere às “reservas comprovadas”, um conceito de geologia bem conhecido no meio de mineração. Basicamente, trata-se de uma estimativa de quanto ouro há no solo da China que poderia ser minerado a preços atuais com a tecnologia atual. Doze mil toneladas é, de fato, muito ouro, mas seriam precisos dez anos ou mais e bilhões de dólares para extrai-lo e refiná-lo. Mesmo a uma taxa de 1 mil toneladas ao ano (o dobro da taxa de produção atual da China), o aumento da oferta de ouro seria de apenas cerca de 0,5 por cento ao ano. Além disso, ele ocorreria juntamente com uma diminuição da produção de ouro de fontes tradicionais, como a África do Sul. Portanto, apesar de ser relevante, não mudaria muito o cenário atual. De qualquer modo, o timing é curioso, porque faz apenas duas semanas que a China lançou um ataque ao petrodólar, ao propor o pagamento de petróleo com yuan lastreado em ouro disponível na Bolsa de Ouro de Xangai. Para que o acordo de troca de petróleo por yuan tivesse credibilidade, a China precisava mostrar que seria capaz de fornecer ouro sem mexer em suas reservas oficiais. Este artigo afirma que a China terá vastas fontes internas de ouro por muitos anos. A informação dá credibilidade aos planos do país de precificar o petróleo em yuan convertível em ouro. Se a China dependesse apenas da importação, poderia ser estrangulada pelas sanções sobre o ouro que lhes foram impostas por Estados Unidos e aliados como Canadá e Austrália. Em vez disso, a China parece pronta para concretizar seus planos com ouro próprio. Trata-se de um fato muito importante e que coloca mais um prego no caixão do petrodólar.

No fim de 2014, a China tinha, de longe, a maior posição de reserva de moeda forte que o mundo já havia visto – mais de 4 trilhões em dólares, euros, ienes, ouro e outros ativos valiosos (excluí os Estados Unidos dessa comparação porque 60 por cento das reservas mundiais são constituídas por dólares americanos; como os EUA podem imprimir dólares à vontade, o país não precisa tê-los em reserva. E a maioria dos leitores se surpreenderá ao saber que 70 por cento das reservas dos EUA são de ouro.) Contudo, na China, as coisas sempre estavam piores do que pareciam. Como diz uma velha piada do setor bancário: se você deve um milhão de dólares ao banco, você está com um problema, mas se você deve um bilhão de dólares ao banco, o banco está com um problema. Foi assim que Donald Trump escapou da falência durante o colapso do setor imobiliário comercial que ocorreu no fim dos anos 1980 e no início dos anos 1990; Trump devia tanto dinheiro aos bancos que eles o mantiveram no mercado para ajudá-los a conseguir receber. O resto é história. Por isso, quando vi que os EUA deviam 1,5 trilhão de dólares à China (esse é o valor de títulos da dívida do Tesouro que a China tinha em reserva), sabia que a China estava com problemas. Depois de 2014, com a ameaça de desvalorização do yuan e a formação evidente de uma bolha de crédito e do setor imobiliário, a China perdeu 1 trilhão de dólares em reservas, o que fez sua posição cair para 3 trilhões. Desse montante, 1 trilhão de dólares eram ilíquidos (alguém falou em fundos de hedge?), e 1 trilhão de dólares serviam como reserva preventiva para possíveis resgates do sistema bancário chinês. Assim, a China ficou com apenas 1 trilhão de dólares para defender sua moeda; além disso, em 2016, o país perdia reservas a uma razão de 50 bilhões de dólares por mês. A China caminhava para a falência. No fim de 2016 e em 2017, o governo chinês adotou medidas extremas para impedir que as reservas se esgotassem. A China fechou parcialmente a conta de capitais, elevou as taxas de juros e empreendeu um combate feroz às transferências de dinheiro. A estratégia funcionou no curto prazo. A conta de capitais da China se estabilizou em aproximadamente 3 trilhões de dólares. Mas a vitória foi temporária. Este artigo mostra que as fugas de capitais estão voltando a assombrar o país. O capital em fuga está lançando mão de todo tipo de truque, inclusive superfaturamentos, esquemas de lavagem de dinheiro em cassinos e o bom e velho contrabando de dinheiro. Uma das técnicas favoritas dos que tentam tirar dinheiro do país é fazê-lo com bitcoin e outras criptomoedas, por meio de laptops e de “brain wallets”. Por esse motivo, há alguns meses o governo chinês fechou todas as corretoras de bitcoin no país. A China está lutando uma batalha perdida. No final, a única solução será uma desvalorização extrema do yuan, de 20 ou 30 por cento, o que acabará com a própria razão da fuga de capitais.

 

Novamente a Trindade Impossível se mostra impossível – https://quartzoinvestments.com/trindade-impossivel/

Todo mercado que existiu na história da humanidade esteve sujeito a algum tipo de fraude em algum estágio de seu desenvolvimento. Um dos truques mais antigos dos negociantes, por exemplo, era pressionar a balança com o polegar enquanto pesavam as mercadorias para a venda ou o pagamento em ouro ou prata. Desde então, os golpes ficaram mais sofisticados. Toda a estrutura da regulação financeira moderna é basicamente uma resposta às estratégias engenhosas encontradas pelos negociantes para trapacear os clientes ao longo dos séculos. Haveria alguma razão para o mercado de bitcoin ser imune a fraudes?  Obviamente, a resposta é “não”. De fato, como mostra este artigo, o mercado de bitcoin é um ímã de fraudes justamente porque é novo e não tem qualquer regulação. Esquemas que os investidores encontravam em outros mercados, como divulgação de informações falsas, “insider trading” (uso indevido de informações privilegiadas), “ramping” (compra ou venda de ações para fazer os preços dos papéis subirem) e esquemas de “pump and dump” (compra de grandes quantidades de uma ação de baixo valor e baixa liquidez e subsequente divulgação de boatos para fazer o papel subir), instalaram-se no mercado de bitcoin. O artigo descreve de que maneira insiders, como programadores e patrocinadores/financiadores de criptomoedas, uniram-se a grandes fundos de hedge para inflar os preços das ofertas inicias de moedas (ICOs, na sigla em inglês) e então empurrá-las para investidores de varejo incautos. O golpe descrito combina diversas fraudes diferentes, incluindo “insider trading” e “pump and dump”. Essa atividade se assemelha aos golpes e IPOs das “ponto com” que tiveram seus preços inflados por “ramping” no final dos anos 1990 e depois quebraram no início dos anos 2000.  No caso das “ponto com”, ao menos havia um órgão regulador para ir atrás dos contraventores. Não existe um órgão regulador semelhante para o bitcoin ou para o universo das criptomoedas, embora a SEC tenha emitido comunicados recentemente indicando que começará a monitorar o mercado. Se algo parece bom demais para ser verdade, geralmente é. Os ganhos inacreditáveis das ofertas inicias de moedas devem acabar na mesma pilha de lixo em que foram parar as ações das “ponto com” do fim dos anos 1990.