A pergunta pode parecer óbvia, porém não é.

A resposta padrão seria: O atacado pois comprando em maior quantidade, pode-se pedir um bom desconto ou melhores prazos de pagamento. No varejo, o produto está na prateleira, paga-se mais caro pelo conforto de tê-lo na hora.

Agora, por que o governo não paga mais barato?

Ora, o governo é o maior dos atacados, por que não compra todos os bens e serviço mais baratos?

A resposta é simples e triste: o governo não cumpre o combinado. É comum ele alterar as regras com o jogo iniciado ou simplesmente inadimplir e ficar enrolando na justiça.

Conto agora um caso que vivenciei. O porto maravilha, local onde hoje está o aquário e o museu do amanhã foi pensado e planejado para ser um excelente bairro pra se morar. O projeto foi inspirado em Porto Madero, uma região degradada da Argentina que na época foi revitalizada e virou um dos bairros mais desejados da cidade.

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Um dos projetos do Porto era o PORTO VIDA, projeto que seria construído pela Odrebrecht. O governo fez um acordo de custear as obras e em troca teria acesso a algumas unidades com preços muito diferenciados que seriam ofertadas aos funcionários públicos. Confiando no contrato firmado, a construtora iniciou as obras sem utilizar financiamento a produção (empréstimo que custeia as obras).

O governo então empurrou com a barriga por meses até que finalmente deu o ultimato: NÃO VOU HONRAR O COMPROMISSO!

O que ocorreu foi que ao ofertar os funcionários, não houve a procura esperada e então simplesmente resolveram inadimplir suas obrigações com o setor privado.

A construtora então sem ter o que fazer abandonou o esqueleto da obra no sétimo andar. Isto obviamente contribuiu para o não sucesso da região portuária, afinal que gostaria de ser vizinho de um escombro.

O Bope tornou-se nacionalmente conhecido e admirado desde os filmes Tropa de Elite, protagonizados por Wagner Moura no papel de capitão Nascimento, um policial linha dura e justiceiro.

Todos assistíamos atônitos o penoso treinamento e a arte de invadir territórios inimigos sem baixas e com o mínimo de danos possíveis.

Utilizamos esta analogia para explicar sobre uma estrutura, ainda inexistente no Brasil, que pode representar bem a imagem do blindado do Bope.

Falamos do Trust Offshore, uma estrutura comum nos países anglo saxões, tais como Grã Bretanha e EUA. Não se trata de algo muito rebuscado ou com função de lavar dinheiro ou sonegar impostos. Trata-se de uma estrutura que deixa o patrimônio de uma pessoa inatingível no caso de algum revés inerente a vida.

Imaginemos as seguintes situações:

Um empresário do ramo industrial que possuía 1.000 funcionários sob sua gestão. Eis que com uma grave crise teve de demitir metade deles. Sem ter como arcar com os pesados custos envolvidos na demissão, o homem resolve simplesmente dispensar todos seus trabalhadores, pois dispensar 500 ou 1000 culminaria no mesmo fato: sua falência!

A justiça trabalhista brasileira não leva em consideração a boa-fé nem as regras da proteção da personalidade jurídica, de forma que todo o patrimônio pessoal do homem e de sua família estaria também ameaçado.

Em outro cenário, um homem, que tinha outros filhos fora do casamento que nunca registrou decide que deseja deixar alguma herança para os mesmos, porém, isto na legislação brasileira não seria possível (as pessoas só podem dispor de até metade do seu patrimônio em vida). Assim, ele poderia usar esta estrutura e deixar a quantia que quisesse além de distribuir da forma que bem entendesse o valor disponibilizado.

Da mesma forma, há blindagem contra demais execuções, tais como fiscal. Eduardo Cunha, o gênio do mal utilizou esta estrutura, de forma que foi preso, porém seu dinheiro ainda não foi recuperado e talvez não seja a depender das provas apresentadas.

Para um brasileiro esta estrutura apresenta uma vantagem adicional, ela pode ser resgatada pelo usuário ou por seus beneficiários livre de qualquer imposto. Além disto, dinheiro não justificável também seria legalizado de imediato uma vez tratar-se de um prêmio de seguro, legal e isento na legislação brasileira.

Gostaríamos de reiterar que de forma alguma queremos incentivar alguém a cometer crimes financeiros, porém, ninguém deseja ter todo patrimônio acumulado com suor e lagrimas do dia para a noite.

Para maiores informações Link.