Em 2012, o Banco Central mudou a remuneração das poupanças brasileiras. Naquela época, a Selic estava em 8,5% ao ano. Mas com o novo corte da taxa de juros em 2012, a poupança antiga foi extinta do país. No lugar dela, entraram novas regras de remuneração. Ou seja, a poupança antiga tinha a rentabilidade baseada na Taxa de Referêncial (TR) em 0,5% ao mês. Já a nova poupança mudou as regras de rendimentos, ficando com uma taxa menor que 0,5% ao mês. Porém, os depósitos feitos antes da data da mudança continuaram a ser rentabilizados pela fórmula antiga.

O que é a poupança antiga? A poupança antiga são os depósitos feitos da caderneta de poupança feitos antes das novas regras de remuneração. As novas regras para poupança antiga passaram a valer após o dia 3 de maio de 2012. Assim, os depósitos feitos à partir do dia 4 de maio de 2012 passaram a ter uma nova forma de rentabilidade. Qual a diferença entre a poupança nova e a poupança velha? Dessa forma, a diferença entre a poupança nova e a poupança velha é a forma de rentabilidade. Ou seja, os depósitos em dinheiro da poupança nova são rentabilizados acompanhando a Taxa Selic. Sendo assim, quando a taxa de juros for menor ou igual a Taxa Selic em 8,5% ao ano, a poupança rentabilizará 70% da Selic + TR.

Selic menor ou igual a 8,5% ao ano: receberão 70% da Selic + TR Selic maior que 8,5%: receberão 0,5% ao mês + TR E para depósitos antes do dia 4 de maio de 2012: os rendimentos da poupança antiga serão mantidos em 0,5% ao mês mais + TR.

Hoje taxa SELIC atingiu seu menor patamar em toda a história deste pais. Ou seja, quem ainda possui sua poupança antiga desfruta hoje de um rendimento 60%.

Poupança Antiga (0,5% +TR) 6,2%
Poupança Nova  (70% Selic) 3,9%
Proporção 160,2%

Sendo assim, quem inadvertidamente ou propositalmente manteve a poupança antiga hoje, teria a melhor rentabilidade “livre de risco” do mercado. Agora, imaginemos um cenário onde atinjamos taxa de juro de país nórdico, entre 1 e 2% ao ano. A poupança antiga então se tornaria um investimento imbatível, inclusive rivalizando com investimentos com algum grau de risco.

Vamos além em nossa divagação, se esta situação ocorresse num país extremamente desenvolvido como nos EUA, provavelmente o indivídua poderia inclusive negociar seu direito a poupança antiga e por consequência sua a sua rentabilidade adicional recebendo um prêmio a vistas.

Abaixo iremos expor o valor presente de um “investimento” de R$ 100.000 com as variações das taxas de juros (aplicações em renda fixa). Para precificar o valor perpétuo da poupança utilizaremos o modelo de gordon (Fluxo/Taxa).

Selic Valor Perpetuo Prêmio Justo
6% 1.666.666,67 0
5% 2.000.000,00 333.333,33
4% 2.500.000,00 833.333,33
3% 3.333.333,33 1.666.666,67
2% 5.000.000,00 3.333.333,33

VPL – Aplicação financeira perpétuaTaxa – Taxa de juros atual da economia

Ou seja, com uma taxa de juro de 4%, o indivíduo possuidor da poupança antiga  poderia vender seu saldo R$ 100.000 por um valor de aproximadamente R$ 887.000.

Com isto concluímos que eventos aleatórios transformam burros e gênios visionários.

Todos vimos recentemente o grande alarde gerado pela nova modalidade de crédito do banco público CEF.

A taxa referencial, popularmente conhecida como TR, possui um importante papel na correção de alguns valores que fazem parte do nosso dia a dia. Por isso a nossa intenção é ajudá-lo a entender como funciona essa taxa.

Esta por diversas vezes é considerada como zero ou 1% ao ano para fins de cálculos econométricos. Abaixo demonstraremos sua evolução nos últimos anos.

Podemos perceber então é realmente muito estável e próxima a zero a partir de 2009.

Agora vamos demonstrar um comparativo real de financiamento de R$ 360.000 junto a Caixa Econômica Federal. A simulação considerou 8,5% e 4,75% como parte fixa da modalidade TR e IPCA respectivamente.

Assim chegamos aos seguintes números reais:

Em todas as simulações foram utilizados o máximo de tempo dos financiamentos e percentuais financiáveis, sendo eles.

Em ambas modalidades de financiamento (SAC e PRICE) a níveis atuais de inflação a taxa de IPCA + Fixo teria vantagens numéricas. Os reajustes de IPCA são feitos em base anual, portanto, em caso de descontrole inflacionário, o indivíduo bem instruído poderia simplesmente buscar portabilidade para novo banco utilizando a modalidade Fixo + TR deste.

Outro cenário seria para a constituição de renda de aluguel. Para verificar sua viabilidade, compararemos o IPCA (reajuste da parcela caixa) com o IGPM (índice comum em reajustes de aluguel).

Nota-se então que comumente o IGPM supera o IPCA, portanto, em uma operação de compra financiada de imóvel para gerar renda, seu objetivo seria não apenas atingido como ampliado em em bases reais anualmente (aluguel aumenta mais que a parcela).

Concluímos que hoje temos um cenário excelente para a retomada do mercado imobiliário. Os argumentos desta afirmação podem ser encontrados em Link.