O tema previdência tem estado em todos os noticiários, uma vez que recentemente tramita em congresso a PEC 287 que altera algumas regras de aposentadoria, inclusive o aumento da idade mínima para tal.

O rombo atual da previdência já gira em torno de R$ 150 bilhões. Em algum momento, simplesmente não haverá dinheiro para pagar os aposentados e novas aposentadorias serão inviáveis.

O INSS (Instituto nacional de seguridade social) é descontado diretamente em folha de pagamentos segundo a tabela abaixo:

Abaixo segue tabela com Salário-de-Contribuição (R$) e Alíquota para fins de Recolhimento ao INSS:

até 1.556,94 – 8%

de 1.556,95 até 2.594,92 – 9%

de 2.594,93 até 5.189,82 – 11%

Algumas das propostas da PEC são:

1- Idade mínima de 65 anos para homens e mulheres

2- Elevação do tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos

3- Homens a partir de 50 anos e mulheres com 45 anos ou mais serão enquadrados em normas mais suaves, mas com tempo adicional para requerer o benefício. Aposentados e aqueles que completarem os requisitos para pedir o benefício até a aprovação da reforma não serão afetados.

4- O governo pretende mexer no cálculo e pressionar o trabalhador a contribuir mais tempo para melhorar o valor a receber. O benefício será calculado com base em 51% de 80% das melhores contribuições mais um ponto percentual a cada ano pago. Para se aposentar com 100% do benefício, será preciso contribuir 49 anos.

5- Com a mudança, a aposentadoria exclusivamente por tempo de contribuição no setor privado vai acabar. Valerá a idade mínima de 65 anos, mais um tempo mínimo de contribuição de 25 anos.

6- A PEC revoga aposentadoria especial de professores do ensino fundamental e médio (os de universidades já foram equiparados aos demais servidores) e policiais civis. Para servidores com menos de 50 anos (homem) e 45 anos (mulher), valerão as novas regras, com idade mínima de 65 anos. Quem estiver acima, entra na transição

Se esta alteração será suficiente para salvar a Previdência só o tempo irá dizer. Não me surpreenderia se tivéssemos novos aumentos na idade mínima, tempo de contribuição ou percentual do salário do indivíduo.

Como plano B, todos deverão ter um plano de previdência privada. Abaixo detalharemos as modalidades e regimes para que o indivíduo possa tomar a melhor decisão.

PGBL – Plano Gerador de Benefício Livre

As aplicações realizadas neste plano podem ser deduzidas do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta do indivíduo. Neste caso, o investidor prorroga o pagamento do IR até o momento do resgate ou renda recebida sobre o montante total recebido.

VGBL – Vida Gerador Benefício Livre

Os aportes do plano não podem ser abatidos do IR, porém, no momento do resgate o IR incidirá apenas sobre o lucro obtido.

Regime Progressivo

No regime progressivo, a tributação será de 15% na fonte (momento do resgate), independentemente do valor requerido. O valor dos resgates poderá ser compensado na sua Declaração de Ajuste Anual do IR, conforme a tabela de desconto progressivo do Imposto de Renda. É importante lembrar que, caso o valor recebido alcance a alíquota mais alta do IR 27,5%, a diferença entre os 15% já pagos e os 27,5% devidos deverá ser paga no momento da entrega da Declaração de Ajuste Anual do ano fiscal de referência do pagamento.

Regime Regressivo

Na tributação regressiva definitiva, o indivíduo terá vantagem tributária se for investir por muito tempo. Mas vale lembrar que, neste caso, não há a possibilidade de compensar os valores na Declaração de Ajuste Anual de IR, pois a tributação é definitiva e na fonte.

A alíquota de Imposto de Renda se dará conforme a tabela abaixo:

Período de aportes Alíquota de IR

Até 2 anos 35%

de 2 a 4 anos 30%

de 4 a 6 anos 25%

de 6 a 8 anos 20%

de 8 a 10 anos 15%

Mais de 10 anos 10%

Normalmente as previdências oferecidas pelos bancos contam com diversas desvantagens quando comparadas com as demais aplicações financeiras. Entre elas podemos citar alta taxa de administração para um serviço pouco eficiente (normalmente simples aquisição de títulos públicos), taxas de carregamento (sem motivo aparente) e por vezes, até mesmo a detestável taxa de saída.

A previdência é vantajosa nos casos em que o empregador oferece uma contrapartida proporcional ao valor investido (empresas que colocam dinheiro) adicional para as aplicações realizadas.

O assunto dinheiro, apesar de não ser o mais importante, é necessário à vida de todos. Planejar adequadamente suas finanças pode proporcionar a realização de sonhos e garantir uma aposentadoria tranquila no futuro. Para isto, um primeiro passo é entender os principais produtos oferecidos no mercado e verificar o que tem a melhor rentabilidade, verificando o que mais se adequá ao seu perfil.
Lembre-se, o gerente do banco trabalha para a respectiva instituição financeira e não necessariamente tem os mesmos objetivos que você, num claro conflito de interesses.

1- CDI – Certificado de Depósito Interbancário.
CDI – Você já deve ter ouvido diversas vezes do seu gerente que a aplicação está rendendo x% do CDI. Pois bem, CDI trata-se de títulos emitidos pelos bancos para a captação ou alocação de recursos excessivos pelo prazo de 1 dia. Hoje o rendimento do CDI gira em torno de 13,88% ao ano. Para fins de simplificação de cálculo podemos usar a taxa Selic como referência, que hoje é de 14%.
Quando seu gerente lhe oferece um CDB pagando 95% do CDI, ele está lhe oferecendo 95% x 14% = 13,8% de retorno anual. Do lucro auferido ainda incidirá imposto de renda retido na fonte no momento do resgate, segundo a tabela abaixo:

Até 180 dias 22,5%
Entre 181 e 360 dias 20%
Entre 361 e 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15%

Portanto, dependendo da duração do investimento teríamos os seguintes rendimentos líquidos anuais (para 95% CDI) respectivamente:
10,69%
11,04%
11,38%
11,73%

Além do imposto de renda há ainda o IOF, imposto sobre operações financeiras, que busca penalizar operações de curtíssimo prazo, deixando de existir a partir do 30 dias. Segue tabela:

1 dia: 96% 7 dias: 76% 13 dias: 56% 19 dias: 36% 25 dias: 16%
2 dias: 93% 8 dias: 73% 14 dias: 53% 20 dias: 33% 26 dias: 13%
3 dias: 90% 9 dias: 70% 15 dias: 50% 21 dias: 30% 27 dias: 10%
4 dias: 86% 10 dias: 66% 16 dias: 46% 22 dias: 26% 28 dias: 6%
5 dias: 83% 11 dias: 63% 17 dias: 43% 23 dias: 23% 29 dias: 3%
6 dias: 80% 12 dias: 60% 18 dias: 40% 24 dias: 20% 30 dias: 0%

O CDB corre o risco de crédito do banco emissor, este, porém, conta com o fundo garantidor de crédito, uma instituição que busca garantir os depósitos dos correntistas em caso de insolvência do banco, até o limite de R$ 250.000 por CPF.
Nesta explanação tentaremos encontrar os melhores investimentos atuais disponíveis da renda fixa e em qual instituição financeira podemos encontrá-los. Primeiramente, gostaria de indicar um aplicativo chamado Renda Fixa disponível na Play Store (Loja do Google – Link), que oferece uma visão geral sobre as oportunidades do mercado. O relatório abaixo foi retirado do aplicativo supracitado em 25/10/2016.

CDB

Banco: Modal
Taxa: 123% CDI
Vencimento: 1800 DIAS
Aplicação Mínima: R$ 1000,00
Disponível: Corretora Modal Mais

Banco: BMG
Taxa: 118% CDI
Vencimento: 1461 DIAS
Aplicação Mínima: R$ 5000,00
Disponível: Corretora Clear

Banco: Agiplan
Taxa: 110% CDI
Vencimento: 364 DIAS
Aplicação Mínima: R$ 20.000,00

Percebamos que quanto mais longo é o titulo (menor liquidez), maior sua rentabilidade, pois tomamos risco por mais tempo. Da mesma forma, aplicações mais volumosas podem obter produtos mais rentáveis. Além disto, o rating do banco medido pelas três grandes agências de risco (Standard and Poor´s e Moody´s e Fitch) também interfere nas taxas praticadas. Vale ressaltar que tais agências atribuíam triplo A (grau máximo de segurança) para os papéis hipotecários americanos no início de 2008. Portanto, não se pode acreditar cegamente em suas análises.

2- LCI / LCA – Letra de Câmbio Imobiliário e Letra de Câmbio do agronegócio
São títulos de crédito lastreados por crédito imobiliário, garantidos por hipoteca ou por alienação fiduciária de imóveis. Corre-se o risco da instituição financeira emissora, que por sua vez, lastreia o título em financiamentos imobiliários e do agronegócio.
Este produto conta com Fundo Garantidor de Crédito e possui isenção de Imposto de Renda. Normalmente, os bancos oferecem liquidez reduzida para este produto. Desta forma, o investidor não terá disponibilidade sobre seus recursos durante o prazo acordado.
Utilizando o CDI do exemplo acima de 14%, poderíamos dizer que um CDB 100% com imposto de renda de 15% seria equivalente a uma LCI /LCA de 83,8% do CDI.

3- Previdência: PGBL / VGBL – Progressivo / Regressivo

PGBL – Plano Gerador de Beneficio Livre
As aplicações realizadas neste plano podem ser deduzidas do imposto de renda até o limite de 12% da renda bruta do indivíduo. Neste caso, o investidor prorroga o pagamento do IR até o momento do resgate ou renda recebida sobre o montante total recebido.

VGBL – Vida Gerador Benefício Livre
Os aportes do plano não podem ser abatidos do IR, porém, no momento do resgate o IR incidirá apenas sobre o lucro obtido.

Regime Progressivo
No regime progressivo, a tributação será de 15% na fonte (momento do resgate), independente do valor requerido. O valor dos resgates poderá ser compensado na sua Declaração de Ajuste Anual do IR, conforme a tabela de desconto progressivo do Imposto de Renda. É importante lembrar que, caso o valor recebido alcance a alíquota mais alta do IR 27,5%, a diferença entre os 15% já pagos e os 27,5% devidos deverá ser paga no momento da entrega da Declaração de Ajuste Anual do ano fiscal de referência do pagamento.

Regime Regressivo
Na tributação regressiva definitiva, o indivíduo terá vantagem tributária se for investir por muito tempo. Mas vale lembrar que, neste caso, não há a possibilidade de compensar os valores na Declaração de Ajuste Anual de IR, pois a tributação é definitiva e na fonte.

A alíquota de Imposto de Renda se dará conforme a tabela abaixo:

Período de aportes Alíquota de IR

Até 2 anos 35%
de 2 a 4 anos 30%
de 4 a 6 anos 25%
de 6 a 8 anos 20%
de 8 a 10 anos 15%
Mais de 10 anos 10%

Normalmente as previdências oferecidas pelos bancos contam com diversas desvantagens quando comparadas com as demais aplicações. Entre elas podemos citar alta taxa de administração para um serviço pouco eficiente (normalmente simples aquisição de títulos públicos), taxas de carregamento (sem motivo aparente) e por vezes, até mesmo a detestável taxa de saída.
A previdência é vantajosa nos casos em que o empregador oferece uma contrapartida proporcional ao valor investido (empresas que colocam dinheiro) adicional para as aplicações realizadas.

4 – Fundos de Investimento
Os fundos de investimento apresentam-se como mais uma forma de exposição ao mercado financei ro. Podem ser de Renda Fixa, Ações, Cambial e Multimercado. Ressalta-se que este produto não conta com FGC, porém possuem vasta diversificação de títulos em carteira, de forma que a inadimplência de alguns deles não impactaria de forma substancial na sua rentabilidade.

Renda Fixa DI– Aplica em títulos públicos e privados de renda fixa (títulos de dívida). Podem ser pré fixados (taxa acordada no momento da compra) ou pós fixados (que variam conforme a variação do CDI).

Renda Fixa Inflação – Adquire títulos indexados a inflação, normalmente a NTN-B (título público que rende um juro fixo mais a inflação do período). Este tipo de investimento pode ser muito interessante neste momento de inicio do ciclo de queda de juros (Selic)

Ações – Faz a gestão ativa de seleção de ações em bolsa ou segue o índice referência (normalmente o Ibovespa)

Cambial – Atua como um hedge* comprando determinada moeda estrangeira (normalmente dólar)
*Hedge – Forma de proteção, neste caso contra a desvalorização cambial do Real (R$)

Multimercado – Pode atuar nos mais diversos mercados, buscando a melhor alocação possível de sua carteira. Recomenda-se ler atentamente aos prospectos para saber a estratégia utilizada pelo fundo e se esta se adequa a seu perfil, para evitar surpresas desagradáveis.

5 – FGTS
O FGTS (Fundo Garantidor de Tempo de Serviço) é um depósito mensal, referente a um percentual de 8% do salário do funcionário, que o empregador fica obrigado a depositar em uma conta bancária no nome do empregado e deve ser aberta na Caixa Econômica Federal.

O rendimento do FGTS é de módicos 3% ao ano, perdendo em muito para a poupança, que já é um péssimo investimento. Além disto, a inflação nos últimos anos tem sido muito superior aos 3%, o que faz com que o valor depositado no FGTS tenha cada vez menos poder de compra.
Por ser algo obrigatório, não há como alocar tais recursos de melhor forma, exceto nas seguintes situações:

– Demissão sem justa causa
– Na aposentadoria
– No falecimento do trabalhador
– Quando o titular da conta vinculada tiver idade igual ou superior a 70 anos;
– Quando o trabalhador ou seu dependente for portador do vírus HIV
– Quando o trabalhador ou seu dependente estiver acometido de neoplasia maligna (câncer)
– Quando o trabalhador ou seu dependente estiver em estágio terminal, em razão de doença grave
– Quando o trabalhador permanecer por 03 (três) anos ininterruptos fora do regime do FGTS, cujo afastamento tenha ocorrido a partir de 14/07/90, inclusive, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês de aniversário do titular da conta;
– Na amortização, liquidação de saldo devedor e pagamento de parte das prestações adquiridas em sistemas imobiliários de consórcio
– Para aquisição de moradia própria, liquidação ou amortização ou pagamento de parte das prestações de financiamento habitacional concedido no âmbito do SFH

PIS – Programa de Integração Social
Inicialmente é necessário ter um Cartão Cidadão, vá até a agência mais próxima da Caixa Econômica Federal com um documento de identificação com foto e sua carteira de trabalho. Este cartão facilitará também seu acesso a outros benefícios oferecidos pelo governo.

O PIS busca a integração do empregado do setor privado com o desenvolvimento da empresa. O pagamento do PIS é de responsabilidade da Caixa Econômica Federal.
Funciona, portanto, como um abono salarial no valor de um salário mínimo e para ter direito ao benefício é preciso cumprir com os seguintes requisitos:

• Estiver cadastrado no PIS/PASEP há pelo menos cinco anos
• Ter recebido remuneração mensal média de até dois salários mínimos durante o ano-base;
• Ter exercido atividade remunerada para Pessoa Jurídica durante, pelo menos, 180 dias seguidos no ano-base considerado para apuração;
• Ter seus dados informados pelo empregador (Pessoa Jurídica) corretamente na Relação Anual de Informações Sociais – RAIS).

Existem situações especiais na qual o saque das quotas do PIS são permitidas:

• Aposentadoria;
• Invalidez permanente ou reforma militar;
• Idade igual ou superior a 70 anos;
• Falecimento do participante;
• Titular ou dependente portador do HIV;
• Titular ou dependente com câncer;
• Benefício assistencial à pessoa portadora de deficiência e ao idoso.

PASEP – Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
Programa com o qual União, Estados, Municípios, Distrito Federal e territórios contribuem com o fundo destinado aos empregados do setor público. O pagamento do PASEP é feito pelo Banco do Brasil.
O trabalhador deve se enquadrar em uma série de regras estabelecidas pelo Governo. Esse benefício é uma conquista do servidor público e funciona como um 14º salário para o funcionalismo público, especialmente para os servidores com os menores salários, e financiado através da contribuição COFINS.
Regras:
• Que o servidor público esteja cadastrado no PASEP por mais de 5 anos;
• Seu salário não pode ser superior a dois salários mínimos mensais;
• A Repartição, entidade ou empresa pública em que o funcionário se encontra trabalhando precisa ter o declarado na última RAIS (Relação Anual de Informações Sociais), informando o vínculo empregatício entre o órgão e o servidor;
• Ele deve ter servido por pelo menos 30 dias do ano anterior para ter direito ao benefício.

Para estrear o novo blog nada melhor do que começar pelo início. Seguem pequenas e valiosas dicas Financeiras

Abaixo seguem pequenos cuidados e dicas que devemos ter para preservar e multiplicar capital proporcionando uma vida e aposentadoria mais tranquilas.

1- Deve-se ter uma reserva de emergência suficiente para cobrir de 3 a 6 meses das despesas mensais em aplicação segura, com liquidez imediata. Em tempos de crise e instabilidade, isto pode garantir sua sobrevivência.

2- Separe uma parte de sua renda para investimentos. Retire este valor como se fosse uma despesa, assim você não terá desculpas para não poupar mensalmente.

3- Após alguns anos economizando, seu montante será suficiente para lhe gerar renda adicional, garantindo uma aposentadoria mais confortável.

4- Não há mais motivos para aplicar em poupança. O rendimento auferido perde para a inflação; além da rentabilidade ocorrer apenas uma vez no mês (data de aniversário). Outros produtos possuem rendimento diário.

5- Hoje é possível aplicar quantias tão pequenas quanto R$ 30,00 no Tesouro Direto. Não há motivo para não começar a investir.

6- Para quantias maiores e podendo abrir mão da liquidez, as instituições financeiras oferecem taxas inclusive superiores a Taxa Selic.

7- Boa parte dos instrumentos financeiros privados possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Esta é uma instituição privada que garantirá até R$ 250 mil reais por CPF, em caso de quebra do banco emissor do título.

8- Apesar de mais seguro que outras formas de investimento, a renda fixa não é fixa e pode gerar grandes ganhos ou perdas, para compradores de títulos que não o levem até seu vencimento.

9- Não faça dividas. Enquanto a maioria dos países do mundo possui taxa de juros zero ou até negativa, o Brasil possui taxa básica de 14,25% a.a. (Taxa Selic).

10- Caso esteja endividado, tente trocar sua dívida cara por uma mais barata e mais aderente ao seu fluxo de caixa mensal. As taxas também podem variar de acordo com o banco escolhido.

Hoje temos as seguintes taxas de juros médias para os diversos tipos de endividamento:

Cartão de Crédito – 400% a.a.;

Cheque Especial – 280% a.a.;

Crédito Pessoal – 120% a.a.;

Crédito Consignado (desconto em folha) – 28% a.a.

Renegocie, os bancos têm interesse em receber. A negociação normalmente é facilitada quando o crédito passa a integrar a Conta de Provisão para Devedores Duvidosos do banco. Isto quer dizer que o mesmo já considera esta dívida uma perda em suas finanças, qualquer recuperação de valor contará como resultado. Nunca efetue o pagamento mínimo da fatura do cartão de crédito. Por vezes somos tentados pelo baixo valor das parcelas e esquecemos dos altos juros cobrados.

Após subir forte no começo da semana passada, a Bolsa devolveu um pouco dos ganhos e fechou em alta de 1,84%. Em meio a dados econômicos mistos, o campo político também chamou a atenção, com destaque para a declaração do atual ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que tocou em um assunto que é tabu no Brasil. Quando questionado no programa “Roda Viva” sobre a privatização da Petrobras, o ministro respondeu que uma privatização seria o provável caminho a ser tomado. Não à toa, o mercado entrou em modo de euforia no dia seguinte à declaração — Petrobras (PETR4) subiu 3,7%. A companhia, que sofre há décadas com problemas de ineficiência, aumento da dívida, corrupção e uma péssima política de preços de combustíveis, parece estar cada vez mais em linha com as melhores práticas de governança e gestão. Desde o início do governo Temer, a estatal, que hoje é presidida por Pedro Parente, exministro de FHC, tem uma cara bem diferente da deixada pela ex-presidente Dilma (tchau, querida!). Com uma administração pró-mercado, Parente conseguiu reverter o cenário catastrófico da Petrobras, que já no primeiro trimestre de 2017 apresentou um Ebitda recorde. A Direto ao Ponto A recomendação para a semana é manter as posições e esperar um pouco mais de definição do mercado. Às vezes, a melhor coisa a se fazer é não fazer nada. 15 3 continuar dessa forma, a companhia pode voltar a pagar dividendos aos acionistas, fato que não ocorre desde 2014. É claro o objetivo do governo de diminuir a participação nas estatais brasileiras, mas aprovar uma privatização da Petrobras em meio ao atual cenário é tarefa quase impossível e provocaria um imenso desgaste político. Há poucos dias, vimos como foi custoso ao governo Temer toda a questão do leilão das usinas da Cemig — uma corja de políticos mineiros lutou com unhas e dentes para manter a histórica fonte de cargos e indicações políticas. Mesmo que a agenda de privatizações esteja andando, o governo tem cada vez menos capital político para gastar e, com isso, está cada vez mais difícil aprovar a reforma da Previdência, uma das mais importantes e urgentes. O atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já mudou seu discurso e prevê a aprovação da reforma da Previdência para novembro. Nos meses anteriores, o ministro vinha afirmando que o texto seria aprovado já em outubro. A verdade mesmo é que já começamos a trabalhar com a hipótese de que esse será um abacaxi a ser descascado pelo próximo presidente — vai ser no mínimo interessante saber como os presidenciáveis vão endereçar a questão durante a campanha. Ainda no campo político-econômico, o Senado aprovou a MP do Refis, permitindo o parcelamento de dívidas de empresas e pessoas físicas com a União. O modo como o texto passou não agradou à equipe econômica, que vem tentando aumentar a arrecadação de todas as maneiras para fechar o ano dentro da meta (que já foi revisada). Olhando para os indicadores, encerramos a semana com um sentimento agridoce — algumas coisas vieram boas, outras nem tanto. Bem em linha com o que esperamos de uma recuperação lenta e gradual depois da maior crise econômica da história “destepaiz”. No campo econômico, dados da Markit mostraram um PMI de 50,9 em setembro, repetindo o desempenho de agosto. O índice é peça-chave para medir negócios e a condição da economia — quando acima de 50, representa expansão na produção de bens manufaturados. 15 4 Na terça-feira da semana passada, o IBGE divulgou dados da produção industrial abaixo da expectativa. Os números indicaram queda de 0,80% em agosto na comparação com o mês anterior e crescimento de 4% na comparação de agosto de 2017 com o mesmo período em 2016. Apesar de vir abaixo da expectativa, os dados não revertem a tendência da indústria que, mesmo a passos de tartaruga, vem apresentando crescimento. Na quinta-feira (5), a Anfavea divulgou os dados da produção de veículos e confirmou o movimento de retomada do setor automotivo. A produção no mês somou quase 237 mil novos veículos no mês de setembro (evolução de 39% na comparação anual). Não é por menos que nossa posição em Marcopolo vem subindo semana a semana. O setor, que andou de ré por mais de dois anos, finalmente mostra retomada em todos os segmentos de veículos. A inflação, mesmo que ainda abaixo da meta, apresentou uma aceleração e causou uma espécie de susto no mercado (cachorro que foi picado por cobra tem medo até de linguiça). Dados do IPCA superaram a expectativa (0,09%) e mostraram alta de 0,16% em setembro. No acumulado de 12 meses, saiu de 2,46% para 2,54%. Apesar da surpresa, ainda não vemos motivos para que o Banco Central mude seu discurso de redução moderada da Selic. O que estamos vendo é uma redução nas expectativas mais otimistas — Selic muito abaixo dos 7% não parece factível, ao menos por enquanto. Ainda trabalhamos com o cenário de “escadinha”, ou seja, reduções de 75 bps, 50 bps e 25 bps nas três próximas reuniões do Copom, o que levaria a taxa a 6,75% no fim do ano. No cenário externo, a escolha do próximo presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e a redução do ritmo de compras pelo Banco Central Europeu (BCE) vem movimentando o mercado e causando apreensão. Nos EUA, Donald Trump continua sem grandes conquistas no Congresso. Nas eleições de 2017, ele prometeu uma política fiscal expansionista e menos regulação no mercado, o que permitiria trazer a volta do emprego para a população americana e fazer a América “Great Again”. 15 5 O problema é que, desde a crise de 2008, os Estados Unidos adotaram uma política monetária extremamente expansionista, o que levou a um aumento significativo da dívida pública e do balanço do Fed. A atual presidente da instituição, Janet Yellen, que comandou o maior banco central do mundo com uma postura cautelosa e previsível, vem mudando seu discurso e indicando que os EUA devem subir os juros básicos em mais 25 bps ainda este ano. Será que a pomba virou falcão? Mas o ponto é que no começo do próximo ano a “vovozinha” se aposenta e Trump precisará indicar um novo presidente para o Fed. É aí que mora o perigo. O Brasil, por se tratar de um país emergente com problemas fiscais, fica muito mais suscetível a essas mudanças. Um candidato menos ponderado — que poderia subir os juros em um ritmo mais rápido, pode levar a uma desvalorização da nossa taxa de câmbio, que, após forte ajuste em 2015, tem ficado comportada e não gera pressão inflacionária. Dentre as características que Trump procura em um candidato, estão um discurso gradual de alta nos juros e uma redução das amarras do sistema financeiro, que teve sua regulação mais restrita logo após a crise de 2008. É uma ótima combinação para a economia brasileira, mas pode trazer grandes problema futuros para a economia mundial. Na Europa, o banco central vem discutindo a redução do programa de ativos. O BCE deixou claro que a redução será gradual, o que deve manter a liquidez por mais algum tempo e dá ao governo brasileiro mais uma oportunidade de consolidar a questão fiscal — com menos volatilidade no câmbio, temos uma inflação futura menos pressionada por mudanças na política monetária externa. Um eventual desarranjo nos EUA e/ou na Europa poderia gerar forte desvalorização cambial para moedas emergentes (Brasil inclusive). Nesse cenário, uma das primeiras medidas do Banco Central (ainda mais um conservador como o atual) seria apertar a política monetária (subir juros), o que colocaria nossos planos de crescimento em modo de espera. 15 6 Mas o que temos pela frente ainda é uma queda de juros gradual e, portanto, cada vez mais devemos observar a migração da renda fixa para a variável. Pelo que estamos vendo, até alguns fundos mais conservadores estão migrando seu portfólio para a Bolsa. Com a retomada da economia, as companhias devem apresentar forte expansão de lucro — fluxo positivo de capitais e crescimento de lucros formam uma combinação bastante favorável para a renda variável.

Existem poucos ativos tão mal compreendidos como o Ouro.

Eu até posso refinar a minha alegação e dizer: existem poucos ativos tão mal compreendidos como o dinheiro.

Isto porque acredito que a maioria das pessoas não pensa realmente em todas as suas finalidades.

Deixe-me explicar…

Os economistas atribuem ao dinheiro três propriedades:

– Deve ser uma unidade de conta (podemos atribuir um preço às coisas).
– Deve ser um meio de troca – o que evita o inconveniente da troca.
– E deve ser uma reserva de valor, algo que nos permite manter o nosso poder de compra em termos reais, se optar por adiar gastos e poupar em vez disso.

O papel moeda faz um trabalho razoável nos dois primeiros, mas é desastroso em relação ao terceiro.

Para colocar de outra forma: desde o estabelecimento do banco central dos Estados Unidos em 1913 (Federal Reserve), o dólar perdeu 98% do seu poder de compra.

Já em território lusitano, durante o mesmo período, o escudo e depois o euro fizeram bem pior.

Em contrapartida, o Ouro desenvolveu-se como um ativo monetário num mercado livre.

O metal amarelo competiu com todos os outros tipos de “moeda” disponíveis – como o gado, conchas, tabaco e algodão – e ganhou a todas!

Tecnicamente, somos constrangidos por decreto governamental a usar euros para o pagamento das nossas contas, impostos e dívidas…

O meu pessimismo para o curto-prazo, mas também o meu otimismo, conflui para uma ideia em que o Ouro é o passado e o futuro do dinheiro.

Vamos começar do princípio…

Regresso ao passado

Ao longo dos séculos as pessoas favoreceram os metais preciosos como moeda por causa da sua escassez, durabilidade, maleabilidade e beleza.

Usar certificados de papel (notas) para representar o Ouro guardado num cofre qualquer foi o passo lógico seguinte. Ninguém ia querer carregar barras de Ouro em cima de um burro para lá e para cá.

Mas aí a perversão humana veio à tona… Quando os governos e banqueiros gananciosos perceberam que poderiam imprimir mais certificados de Ouro do que realmente possuíam.

Aqueles de nós que acreditam que o Ouro é uma melhor forma de reserva de valor que o papel-moeda (leia-se, notas emitidas pelo banco central) sem lastro, tendem a ver 1971 como o “Ano Zero”.

Porque foi exatamente nesse ano que o presidente Nixon retirou o dólar norte-americano do padrão Ouro.

Destruindo o último elo entre o dinheiro de papel e o metal precioso, Nixon deu início a uma experiência de 40 anos em política monetária.

Uma parte significativa dessa experiência permitiu que os bancos centrais e comerciais do mundo efetivassem poderes ilimitados de criação de crédito.

Com efeito, se a impressão de dinheiro não é mais limitada pela quantidade de Ouro no Fort Knox, então estes senhores podem imprimir e emprestar tanto quanto quiserem…

Não é surpreendente que o peso dos estados na economia ao longo dos últimos anos tenha aumentado precisamente a partir deste momento… os governos irresponsáveis incorriam em deficits orçamentais e o banco central emitia moeda para resolver o problema (via inflação).

É por essa razão que os governos altamente endividados e os bancos centrais têm esta relação de amor/ódio com o Ouro. Em parte, a subida do preço do metal precioso significa que os aforradores suspeitam cada vez mais da moeda de papel que os governos e companhia estão determinados a imprimir em quantidades cada vez mais absurdas.

Nos dias de hoje

Agora que o Ocidente está altamente endividado e sem crescimento, os bancos centrais estão a extrair o maior partido dos seus poderes.

Aqueles de nós que possuem exposição ao dinheiro-papel estão a pagar o preço.

Todos os dias com a impressora ligada, produzindo mais notas e moedas, os bancos centrais tornam os euros de hoje (ou dólares ou iene japonês) menos valiosos no dia seguinte.

A inflação é isso mesmo.

Uma forma invisível de passar o seu dinheiro para o bolso do Estado.

Talvez por isso, quando este ano o preço do Ouro subiu acima de US$ 1.300, ainda muito longe do seu anterior máximo de mais de US$1.900, os “especialistas” apressaram-se a dizer que seria um movimento técnico, sem razões fundamentais…

A impressão de moeda em si não cria riqueza – David Hume chegou a essa conclusão no século XVIII – tem um efeito estimulante dos agentes económicos no curto-prazo, mas que tende a desvanecer-se ao longo do tempo.

E atenção! Se exagerada pode criar desequilíbrios e desajustamentos que funcionam exatamente contra o produto do trabalho.

Pense quantas empresas moribundas ainda se aguentam de pé por causa do crédito barato. Esse mesmo dinheiro devia estar a ser utilizado por empresas inovadores, que com novos produtos deviam substituir as velhas e os seus antigos modelos de negócio.

Sendo assim, a engrenagem da economia não funciona no seu potencial máximo.

Como é que se protege destes disparates?

Pense no OURO, não como forma de especulação, mas totalmente o oposto.

A decisão de comprar Ouro não é um investimento.

É uma decisão consciente em que se abstém de investir até que um regime monetário honesto que faz o cálculo racional dos preços apareça…

Será que algum dia vai haver um regime monetário honesto?

Isso depende em parte de quanto tempo a presente fraude grotesca das poupanças dos aforradores irá continuar…

Eu não estou confiante de que vivamos no mais estável dos sistemas bancários ou ambientes financeiros.

Mas a menos que os nossos políticos comecem de repente a operar orçamentos equilibrados, ou que os nossos banqueiros centrais comecem a parar de imprimir dinheiro, é inteiramente plausível acreditar que o rali do Ouro deve continuar…

Para quem gere os bens sagrados dos seus clientes através de um período de libertinagem monetária, o Ouro representa um voo para um paraíso que é raro, independente e permanente.

Muitos críticos do Ouro consideram o investimento no metal como um ato de fé.

A pergunta seguinte deveria ser: então por que tantos investidores (em oposição aos especuladores) realizam esse ato de fé?

Assim como seria pertinente perguntar, por que é que os investidores deveriam ter qualquer fé nas moedas de papel que os bancos centrais estão a fazer de tudo em seu poder para desvalorizar?

É legítimo salientar que ao contrário das ações, títulos e imóveis, o Ouro não gera retorno.

Mas ninguém disse que devia.

O próprio papel-moeda é comparativamente inerte, mas muito menos resistente e inflamável. O papel-moeda só se torna um ativo gerador de lucro quando o converte num depósito bancário. E para isso abdica da sua independência financeira e torna-se um credor sem garantias do banco.

Talvez o Ouro não seja um ativo financeiro por si só ou pode ser “simplesmente” uma mercadoria. Talvez o Ouro, também, seja dinheiro?

JP Morgan certamente pensava que sim, há um século. Hoje em dia, os bancos centrais continuam a pensar assim. Por que continuariam eles a manter Ouro como parte das suas reservas se assim não fosse?

Certamente não é, como Ben Bernanke uma vez disse, apenas por “tradição”.

O debate é interminável porque a maioria dos intervenientes recusam-se a concordar com os termos.

Nós consideramos o Ouro como um metal monetário, uma moeda alternativa e uma reserva de valor “a médio prazo”.

Não é um investimento, mas sim, uma decisão consciente em que se abstém de investir. Ouro, por outras palavras, é a parte da carteira que não está “no mercado”.

Recomendamos Ouro aos nossos clientes como parte de uma carteira diversificada.

Deve manter Ouro ao lado de outros investimentos convencionais, tais como obrigações de alta qualidade (assumindo que podem ser encontradas), investimentos em empresas geradoras de caixa e fundos de retorno absoluto.

Não está, certamente, à espera que todas as suas posições subam em valor, ao mesmo tempo e na mesma medida, pois não?

Isso nunca acontecerá. Porque não estão correlacionadas entre si. É esse o ponto!

Todo o propósito do exercício é assegurar que uma carteira contenha ativos genuinamente independentes que se comportem de maneiras diferentes durante ambientes de mercado diferentes.

O ambiente financeiro que despoleta a compra de Ouro – que incluiu altos níveis de endividamento, guerras cambiais e o risco de crise financeira sistémica – não surge em todas as gerações.

Mas é exatamente o quadro que temos atualmente.

No caso da dívida soberana europeia, o BCE continua a comprar, mais ou menos sem levar em conta a vontade (ou falta dela) dos estados devedores. Eles compram porque comprometeram-se a comprar.

O fenómeno acontece um pouco por todo o mundo – em países mais distantes. Seja a Reserva Federal, o Banco Popular da China, o Banco do Japão ou o BCE, o principal objetivo dos bancos centrais não é a integridade de preços e taxas de câmbio.

É, antes, a prevenção de crises. A finalidade é manter a economia num ritmo controlado, mesmo que para isso estejam a criar os desequilíbrios que farão o castelo de cartas vir por aí a baixo.

Uma pergunta. Existe algum preço para qualquer ativo financeiro, em qualquer lugar do mundo, que de alguma forma não seja refém diretamente ou indiretamente de uma manipulação oficial?

No caso dos mercados de dívida ocidentais, ou ações chinesas, a questão nem se coloca…

Por isso, até que o ambiente financeiro fortaleça, não vamos alterar a estratégia que assenta nos princípios da diversificação de ativos e preservação de capital.

De que forma é que pode investir em Ouro?

São basicamente 3 formas:
1) Fundos
2) ETF’s
3) Ouro Físico

Vamos a elas, portanto.

1) Fundos

As restrições dos fundos não os permitem comprar diretamente o metal precioso, mas ainda assim, existem fundos que investem em ações de empresas cuja atividade está correlacionada com a cotação do ouro, particularmente a mineração.

É como se comprasse um cabaz de ações de mineiros. Teria uma ínfima percentagem de cada uma dessa empresas, e de cada vez, que o ouro sobe a cotação dessas empresas também, logo o seu fundo segue para el dorado.

Não há tantos fundos de ouro disponíveis, principalmente em comparação a outras categorias de investimento.

Ainda assim, existe uma gama suficiente, capaz de dar acesso ao investidor de forma relativamente fácil, sem se preocupar em realizar operações em bolsa, precisar arcar com particularidades de corretagem e custódia ou dificuldades de armazenamento.

A contrapartida de delegar a um terceiro a gestão e se livrar das demais questões supracitadas é o pagamento de taxas de administração, que variam, grosso modo, de 2% a 3% ao ano.

Blackrock Global Funds – World Gold Fund E2 (em dólares)
Taxa Global de Custos: 2,58%

Invesco Funds – Invesco Gold & Precious Metals Fund (em euros)
Taxa Global de Custos: 2,58%

2) ETF’s

Existem muitos ETF’s de ouro disponíveis, principalmente em comparação a outras categorias de investimento.

É assim provavelmente a forma mais fácil de investir no metal precioso.

Investir num ETF’s é exatamente o mesmo processo de comprar uma ação, só que desta vez o seu título varia de acordo com a cotação de uma commodity.

Abaixo cito três ETF’s:

SPDR Gold Shares (em dólares) – mais líquido do mundo
Taxa de administração: 0,40% ao ano

iShares Gold Trust (em dólares)
Taxa de administração: 0,25% ao ano

db Physical Gold Euro Hedge ETC (em euros)
Taxa de administração: 0,59% ao ano

A tributação segue as regras estabelecidas para mais-valias:
A venda tem de ser declarada no IRS e a eventual mais-valia está sujeita a imposto.

3) Ouro Físico

Do ponto de vista operacional é relativamente fácil comprar ouro físico. Para atuar no mercado de balcão, a compra e venda pode ser feita por meio de instituições financeiras especializadas (bancos, corretoras e distribuidoras).

O banco não cobra comissões de compra e venda, o lucro está no spread praticado: vendem acima do valor de referência do mercado (cotação dos futuros com vencimento mais curto) e compram abaixo.

Se decidir guardar o metal consigo – caso tenha um lugar seguro e de fácil acesso. Ela não envolve taxas adicionais e dá-lhe a garantia de acesso ao metal – em situações de crises extremas, justamente quando o ouro se irá provar mais rentável, o acesso ao património custodiado no banco (dinheiro e/ou ouro) pode ser restringido. Obviamente, estamos a falar aqui de situações extremas, mas é exatamente quando estaria mais necessitado desse património de refúgio e mais valorizado estaria o metal.

Se optar pela aquisição do ouro, basta ao cliente procurar uma agência do banco. Os procedimentos são semelhantes para as demais grandes instituições.

Como vimos, o Ouro é um ativo utilizado como instrumento de proteção a crises por grandes gestores de investimento. Ou seja, quanto mais o mercado acredita numa tempestade, mais o metal tende a se valorizar.

Parafraseando um grande gestor de fortunas: “Não é por que não consigo adivinhar quando a tempestade vai acontecer, que não me devo preocupar com as nuvens que se aproximam”.

Esta fica entre nós: antes mesmo do Ouro, o leitor que se rodeia de informação estará sempre mais preparado para tomar decisões acertadas.

De onde vem o Bitcoin?

Bitcoins são criados de acordo com um algoritmo matemático proposto por Satoshi Nakomoto (pseudônimo do que pode ser uma pessoa ou um grupo de indivíduos) em um artigo publicado em 2009.

De acordo com a definição de Nakomoto, matemáticos e engenheiros usando computadores são convidados a solucionar um problema matemático que envolve conservação de registros e uma prova de trabalho (proof-of-work). Em troca da 34 5 realização dessas funções, os operadores do computador, conhecidos como “mineradores” recebem uma recompensa na forma de Bitcoins. Nakomoto completou a primeira prova de trabalho em 2009 e recebeu uma recompensa de 50 Bitcoins.

A conservação dos registros e a prova de trabalho da mineração do Bitcoin são feitos usando software de fonte aberta, o que significa que qualquer um que saiba mexer no software e tenha um computador potente o suficiente pode participar do processo.

Os resultados da conservação dos registros e da prova de trabalho são mantidos em um livro razão, que é armazenado em uma rede descentralizada e distribuída. Novas transações com Bitcoin são adicionadas ao livro razão em “blocos” e o livro razão é chamado de “blockchain.”

A natureza “distribuída” do livro razão significa que o blockchain fica em milhares de servidores individuais. Se um nó ou servidor for destruído, o blockchain ainda existirá de forma fácil e verificável nos outros servidores da rede.

Transações e identificação do blockchain são criptografadas usando um sistema de chave pública-privada padrão de 256-bits. A chave pública é identificável no blockchain, mas os donos individuais não podem ser identificados, e as transferências não podem ser autorizadas sem a chave privada, que fica em posse de cada proprietário individual.

O algoritmo de Nakomoto faz com que cada bloco de Bitcoin seja mais difícil de minerar do que o anterior. Isso acontece porque o blockchain em si é maior e o número de inputs de tentativa e erro necessários para completar a prova de trabalho cresce exponencialmente. Mais de 200 quintilhões de inputs são necessários atualmente para criar um novo bloco.

Mineração de Bitcoin exige tanto poder computacional que só grandes servidores especializados são capazes de realizar a tarefa. Essas operações são quase todas feitas na China, o que levanta dúvidas sobre segurança nacional em relação ao Bitcoin. A mineração exige tanta energia que recebeu criticas de ambientalistas. Veja aqui um vídeo de uma das maiores minas de Bitcoin do mundo.

A natureza privada, criptografada e descentralizada do blockchain significa que nenhuma pessoa ou instituição está “encarregada” do blockchain. Diferentemente de outras formas de dinheiro que são emitidas e controladas por governos, o Bitcoin não é controlado por ninguém a não ser pelo algoritmo matemático. 34 6

Esse sistema de criptomoedas tem um apelo enorme a um grupo diverso composto por libertários, anarquistas, tecnófilos, criminosos, sonegadores de impostos e terroristas.

Nestes próximos posts iremos recomendar a alocação de recursos em produtos de determinados bancos e sugerir evitar outros apesar se seu maior retorno potencial.

Bons negócios!

Paraná Banco

O Paraná Banco segue sendo um dos bancos mais conservadores que analiso. Sua Basiléia é de 21,5%, mesmo após uma distribuição grande de dividendos (R$ 215,9 milhões).

O banco vem, aos poucos, reduzindo sua parcela em crédito empresarial para focar no mercado de consignados, onde temos menor risco. Nesse sentido, reduziram em 63,5% o tamanho da carteira empresarial e só aumentaram em 9% a de consignado. O efeito global foi uma queda, no ano, de 5% na carteira.

A alta Basiléia garante que, mesmo que eles tivessem algum grande problema, que não têm, ainda teriam muito espaço para queimar capital.

Tivemos um aumento do PDD e uma leve piora na qualidade da carteira, mas mesmo assim, o ROE do último trimestre ficou em 15,4%, acima dos 12,8% do mesmo período do ano passado. Assim que eles aumentarem a carteira de crédito (consumindo capital e reduzindo a Basiléia) a sua rentabilidade poderá subir novamente. Isso deixa clara a postura mais que conservadora da instituição, em meio à crise.

Posto isso, temos pleno conforto em investir nesse banco, que além de tudo me paga boas taxas nos CDBs.

Banco BMG

O Banco BMG possuía uma joint venture importante com o Banco Itaú que lhe permitia explorar bem o setor de crédito consignado. Mas em 2016 ele vendeu esse business completamente para o Itaú. O rating é Baa3, pela Moody’s.

O banco já vinha com dificuldade de rentabilizar seu balanço, por causa de sua baixa Basileia, o custo de funding é muito alto. Isso espreme as margens, e qualquer espirro na inadimplência já leva o banco para o prejuízo.

No resultado fechado de 2016, conseguiram um lucro líquido de R$ 193 milhões, equivalente a um ROE de 6,8% (mesmo ROE do ano passado). Apesar de parecer ok olhando por cima, o resultado na verdade foi muito fraco.

Um montante de R$ 959 milhões, vindos (1) da extinção de um empréstimo do FGC – R$ 360 milhões e (2) de um acordo de exclusividade com o Grupo Generali – R$ 164 milhões e (3) da venda da Joint Venture para o Itaú – R$ 431 milhões, entraram no jogo como “resultados não operacionais”, evitando assim que o lucro fosse bem negativo.

Foi um caso bem parecido com o do Banco Original. Além disso tudo, sua carteira D-H foi de 6,4% para 10%, o que é um crescimento bem preocupante. No semestre passado eles seguiram uma estratégia de aumentar a carteira de crédito para conseguir maior retorno em escala, em um business com margens comprimidas.

E com isso, a 13 Basiléia foi para o chão, caindo de 17,5% para 14,4%, ajudada inclusive por novos aportes de capital dos acionistas. Este semestre eles recuaram, possivelmente com a venda da participação pro Itaú, e o ano ficou com uma redução de 3% na carteira.

Com isso tudo a Basiléia subiu para 20%, e o Banco fez uma redução de capital de R$ 400 milhões.

O que ainda preocupa são as notícias vinculadas pela imprensa, classificando o BMG como suposto banco ligado ao Mensalão, e o Banco Schahin (comprado recentemente pelo BMG) como suposto banco ligado ao Petrolão.

1Resumindo, nem pagando boas taxas investiria nesse banco.

Quando o preço em dólar de uma unidade de qualquer ativo pula de US$ 1.938 para US$ 4.425 em um mês sem motivo aparente, é justo questionar se não estamos testemunhando a criação de uma bolha. Foi exatamente o que aconteceu com o Bitcoin entre 16 de julho e 17 de agosto de 2017.

A alta impressionante de 128% em um mês, que, anualizada, resulta em mais de 1.540%, soma-se ao fato de que o Bitcoin custava US$ 580 há apenas um ano; um ganho de 630% nos últimos dozes meses. Dois anos atrás, o Bitcoin custava US$ 225, então o ganho de dois anos foi de 1.870%.

Considerando o período de um mês, um ano ou dois anos, anualizado ou real, esses ganhos são de tirar o fôlego.

A resposta à questão da bolha é quase certamente “sim”, mas ela diz pouco sobre o que causa a bolha ou quanto tempo ela vai durar.

Não adianta avaliar o Bitcoin com base em “valor intrínseco”. O Bitcoin não tem valor intrínseco, assim como o dólar e o ouro. Valor intrínseco é uma teoria econômica obsoleta que foi abandonada pelos economistas em 1871. A frase “valor intrínseco” é propagandeada frequentemente, mas não serve para calcular o valor do Bitcoin.

Em vez disso, os economistas usam valor subjetivo como forma de considerar os preços. A teoria do valor subjetivo diz que o preço de algo é aquele que o comprador está disposto a pagar a um vendedor com base na utilidade dos bens e serviços para o comprador.

Ajuda, mas “utilidade” pode ser um conceito escorregadio. Às vezes, utilidade é completamente prática (“eu preciso de um carro para chegar ao trabalho e ganhar meu salário, então o carro tem uma utilidade que eu posso valorizar”). Mas, às vezes, utilidade é idiossincrática (“eu gosto de jogar, então vou gastar meu dinheiro em Las Vegas, apesar de as chances de perder serem grandes”).

Bitcoins certamente têm utilidade para algumas pessoas. É fácil e barato realizar pagamentos. Oferece anonimato para aqueles que o valorizam (incluindo criminosos e 34 7 terroristas). É útil como forma de escapar do controle de capitais para aqueles presos em sistemas como os de Cuba, Coreia do Norte ou China. E também pode salvar a vida de refugiados que estão vulneráveis a ataques e confiscos quando fogem de um país para o outro.

Mas quase não há dúvidas de que as movimentações de preço do Bitcoin vêm da utilidade da mentalidade de “ficar rico rápido” ou de receber “algo de graça”. Ganância e a emoção de jogar têm utilidade para alguns, e Bitcoins certamente podem satisfazer essas necessidades e desejos.

Já ressaltamos que o aumento do preço do Bitcoin em dólar também pode ser visto como um colapso do dólar se considerarmos que o Bitcoin é uma reserva de valor estável e uma unidade monetária estável. Isso acontece porque tanto o Bitcoin quanto o dólar são formas de dinheiro e sua taxa cruzada é apenas um swap de moedas, não um investimento.

Se o Bitcoin for mantido constante, então o dólar caiu 75% frente à criptomoeda em 2017. Que outra evidência existe para um colapso generalizado do dólar? Nenhuma!

Tanto o ouro quanto o euro tiveram ralis este ano, mas apenas na faixa dos 10% aos 20%, nada comparado aos ganhos anualizados de 1.540% do Bitcoin (se há um colapso generalizado da confiança no dólar, como mostrado pelo preço do ouro, o Bitcoin certamente se beneficiaria, mas, por enquanto, o Bitcoin é o outlier).

Na ausência de evidências provenientes de outros mercados que indiquem um colapso do dólar, o aparente colapso do dólar em Bitcoin parece destacado de definições prosaicas de utilidade e, assim, só pode ser explicado pela ganância. A notícia não é boa para o Bitcoin porque uma das lições constantes dos mercados especulativos é que a ganância pode se transformar em medo da noite para o dia.

Há muitos exemplos de dinâmicas de bolha em que movimentos de preço hiperbólicos em dólar, sem relação com outras informações sobre um declínio do dólar, tiveram reversão rápida em um colapso catastrófico. A movimentação no índice NASDAQ 100 entre 1996 e 2000 após o IPO do Netscape, mostrada no primeiro gráfico, abaixo é um exemplo útil e de certa forma recente.

Já a queda de 75% da NASDAQ, depois de janeiro de 2000, é um bom indicador do que acontecerá com o preço do Bitcoin em dólar assim que um catalizador mude de ganância para medo. Diversos desses catalizadores são discutidos a seguir. Bitcoin a US$ 200 ou menos (como no início da fase mais hiperbólica) me parece provável nos próximos dois anos.

Outro aspecto importante do valuation do Bitcoin é o fato de ele nunca ter passado por um ciclo econômico completo. Como discutido anteriormente, o Bitcoin foi criado em 2009. Foi o ano em que o atual ciclo econômico teve início.

É verdade que essa recuperação econômica foi uma das piores já registradas. O crescimento americano médio foi de cerca de 2% ao ano, comparado aos pelo menos 3% das recuperações prévias. Mas, mesmo assim, é uma das recuperações mais longas da história. Ninguém sabe quando a próxima recessão ocorrerá, mas, depois de uma expansão de 96 meses, ninguém deve se surpreender se ela chegar logo.

Recessões não são a mesma coisa que pânicos financeiros. Às vezes, recessões e pânicos ocorrem juntos, como em 2008. Às vezes, recessões ocorrem sem pânicos (1990), e, às vezes, pânicos ocorrem sem recessões (1998). De qualquer forma, o Bitcoin nunca passou nem por uma recessão, nem por um pânico.

O comportamento dos investidores em adversidades financeiras pode assumir formas diferentes. Às vezes, liquidação de títulos, às vezes, de ações, às vezes, de commodities. O que pânicos e recessões têm em comum é que todos desejam liquidez.

Quando a próxima recessão ou pânico acontecer, provavelmente logo, a demanda global por liquidez forçará as pessoas a vender Bitcoins para pagar suas dívidas e cobrir suas chamadas de margem? Uma alta no desemprego forçará as pessoas a vender Bitcoins para pagar as contas do mês?

Em caso positivo, toda essa venda forçada, somada à demanda por liquidez, fará com que o preço do Bitcoin entre em colapso se isso ainda não tiver acontecido por causa da dinâmica de bolha descrita anteriormente?

Já vimos como ações, títulos, ouro, imóveis e outros ativos se comportaram em recessões e pânicos no passado. Mas não temos ideia de como o Bitcoin se comportará, porque a criptomoeda nunca passou por um clima de adversidade econômica.

Estimo que o Bitcoin sofrerá com um choque de liquidez quando investidores venderem todos os tipos de ativos, incluindo Bitcoin, em busca de formas mais líquidas de dinheiro que governos e credores estejam preparados para aceitar. Um colapso de pelo menos 75% no preço do Bitcoin em dólar parece provável.

 

Um Bitcoin é uma unidade de conta registrada em forma digital. Nesse sentido, dizer “um Bitcoin” não é diferente de dizer “um dólar”, “um euro”, “um centímetro” ou “um quilo”. É uma maneira de contar as coisas.

Um Bitcoin também pode ser uma reserva de valor. Se eu sou o proprietário de 100 Bitcoins registrados em um livro razão digital (o termo “proprietário” pode ser problemático, já que minha identidade no livro razão é criptografada e a chave da criptografia privada só é conhecida por mim; meus direitos de posse nesta área são incertos e ainda estão evoluindo), e se meus Bitcoins podem ser vendidos por US$ 4.000 cada em um mercado líquido em uma Bolsa confiável (outro aspecto problemático discutido a seguir), então eu teoricamente tenho armazenados US$ 400.000 de valor em um suporte seguro, conveniente e anônimo.

Um Bitcoin também pode ser um meio de troca. Alguns negociantes aceitam Bitcoins em pagamentos por bens e serviços de modo geral. Bitcoins podem ser transferidos em unidades fracionadas, no caso de transações menores. Por exemplo, se 1 Bitcoin = US$ 4.000, então 0,001 Bitcoin = US$ 4,00, o que é mais ou menos equivalente a um café do Starbucks.

Se o Bitcoin é uma unidade de conta, uma reserva de valor e um meio de troca, então ele passa no teste tradicional de três partes de definição de dinheiro.

Bitcoin é, portanto, uma forma de dinheiro, assim como dólar, euro, iene e libra. Pode ou não ser uma forma de dinheiro da qual você gosta, mas é dinheiro.

É importante se lembrar disso porque o Bitcoin não é investimento. O investimento é o resultado de usar dinheiro e convertê-lo em algo que oferece riscos e recompensas, como ações, títulos ou imóveis. O investidor, então, lucra ou perde com seu investimento, o que toma a forma de juros, dividendos ou aluguéis. É possível sofrer uma perda total se o investimento não der certo.

Com dinheiro, não há yield e não há investimento, apenas uma taxa cruzada. Quando compradores de Bitcoin dizem que ele “subiu” de US$ 1.000 para US$ 4.000, não é um retorno sobre um investimento, é apenas uma mudança na taxa cruzada. Seria igualmente correto dizer que o Bitcoin não se alterou e que o dólar “caiu” de 0,001 Bitcoins para 0,00025 Bitcoins; uma desvalorização de 75% do dólar quando medido em Bitcoins.

Quando você entende essa análise da taxa cruzada, percebe que o suposto “preço” do Bitcoin é apenas uma preferência de liquidez de algumas pessoas por uma forma de dinheiro em detrimento de outra. Essa preferência não está relacionada aos fundamentos, como estaria na análise de ações ou títulos a partir do management, perspectivas de crescimento e crédito. A base dessa preferência é a confiança.

O problema com a confiança na base da determinação do valor subjetivo do dinheiro é que ela é efêmera. Muda de um dia para o outro por causa de comportamento de massa, que é fácil de teorizar, mas impossível de prever na prática. Bitcoin é dinheiro, mas dinheiro é um jogo de confiança. Lembre-se disso.

Por Jim Rickards

Há muito interesse em Bitcoins no momento. É impossível abrir um site, ouvir um podcast ou assistir a um vídeo de finanças sem ficar sabendo sobre a ascensão meteórica do preço do Bitcoin. Talvez você conheça um “milionário de Bitcoin” que tenha comprado 500 Bitcoins há alguns anos por US$ 50.000 e que agora possua uma fortuna de mais de US$ 2.000.000. É verdade, essas pessoas existem. É claro, o Bitcoin é apenas uma das muitas criptomoedas. Há centenas delas com nomes como Ethereum, Dash, Dogecoin, Blackcoin, CryptoCarbon e Syscoin. Para facilitar, nesta edição, vou me referir a todas as criptomoedas como “Bitcoin”, mas o leitor deve entender que a análise também pode ser aplicada às outras criptos. Como vocês sabem, estou sempre em programas financeiros na TV e concedo muitas entrevistas online. Não gosto muito de falar sobre Bitcoin; é um dos temas de que menos gosto na verdade. Mas simplesmente não consigo evitá-lo!

Mais cedo ou mais tarde, em quase todas as entrevistas, o âncora diz: “Jim, preciso perguntar, o que você acha do Bitcoin?” 1 de setembro, 2017 34 2 Minha opinião é muito clara. Eu não tenho Bitcoins e não os recomendo para os investidores. Esses motivos têm a ver com dinâmicas de bolhas, potencial de fraude, robustez do ciclo econômico e interferência governamental, temas que explicarei em detalhes. Dito isto, gostaria de deixar claro que não sou um tecnófobo e muito menos um “ “antiBitcoin”. Entendo Bitcoins muito bem em nível técnico. Eu li os documentos técnicos de 2009 sobre eles e muitas atualizações desde então. Até cheguei a trabalhar com uma equipe de especialistas e comandantes militares no Comando de Operações Especiais dos Estados Unidos (USSCOM, na sigla original), com sede na base da força aérea MacDill, em Tampa, Flórida, para encontrar maneiras de intervir no uso que o Estado Islâmico fazia de criptomoedas para financiar suas atividades terroristas e seu califado. Quando se trata de Bitcoins, eu adoto uma abordagem laissez-faire. Se você quiser Bitcoins em seu portfólio como parte de um conjunto diversificado de ativos, a escolha é sua. Minha única advertência é caveat emptor (expressão latina que significa, literalmente, “cuidado, comprador”). Então, minha dica de logo de cara é: entenda como a criptomoeda funciona e quais são seus riscos. Nesta edição especial do Strategic Intelligence, falaremos sobre o bom, o mau e o feio do mundo dos Bitcoins e incluiremos links úteis para que você possa pesquisar mais por conta própria. Também analisaremos o futuro do Bitcoin e da plataforma de tecnologia blockchain, na qual o Bitcoin é fundamentado. Esse futuro talvez não seja o nirvana anarco-libertário que os inventores da criptomoeda Bitcoin imaginam.

Tudo indica que governos, órgãos reguladores, autoridades fiscais e a elite global estão se preparando para acabar com as criptomoedas. O futuro do Bitcoin pode ser uma distopia na qual o Big Brother controla o blockchain e decide quando e como você pode comprar ou vender qualquer coisa. Também falaremos sobre isso. Vamos começar nosso tour d’horizon no mundo das criptomoedas.