Crescem as evidências de que o novo bull market do ouro é real
Meses atrás, defendi que o terceiro grande bull market do ouro a acontecer durante minha vida começou em dezembro de 2015. Na época, o preço do metal caiu a US$ 1.050 por onça, uma queda de 50% em relação à máxima e US$ 1.900 por onça, atingida em agosto de 2011 (tomando como base o preço de 1999: US$ 250/onça). O primeiro bull market ocorreu entre 1971 e 1980, quando o ouro subiu mais de 2.000%. O segundo, entre 1999 e 2011, período em que o preço do metal teve um aumento de mais de 700%. Até agora, neste terceiro bull market, o ouro subiu mais de 25%, e essa nova tendência de alta ainda tem muito chão pela frente. Pontos de inflexão de bull e bear markets de longo prazo nem sempre são aparentes no momento em que ocorrem. Preços baixos podem cair ainda mais, mesmo após uma recuperação. Por isso, pareceu sensato procurar evidências de que o preço de dezembro de 2015 era realmente a mínima. Tais provas vieram quando o metal subiu em 2016 e 2017, a primeira sequência de aumentos em anos consecutivos nos seus preços desde o período entre 2011 e 2012 (embora, na época, o ouro já estivesse abaixo da máxima intra-anual de agosto de 2011).
Há uma nova alta em 2018, considerando o acumulado do ano. Obviamente, a volatilidade do mercado continua, com ralis e drawdowns em intervalos de poucas semanas, mas a tendência de alta parece sólida em seu terceiro ano consecutivo. Este artigo oferece um resumo dos motivos do recente fortalecimento do ouro, dentre eles, a procura de portos-seguros por conta do recrudescimento das guerras comerciais e o
aumento das tensões políticas com a Coreia do Norte e com o Irã. Entre as razões do rali, também estão a forte demanda por ouro físico por parte da Rússia e da China e restrições de fornecimento pela comunidade de mineração, decorrentes do fechamento de minas e da redução da exploração após o colapso dos preços em 2013. Os americanos ainda não estão participando da festa. As vendas de moedas de ouro e de prata da Casa da Moeda dos Estados Unidos estão praticamente paradas. O resto do mundo, porém, desde Turquia a Irã e Coreia do Norte, está comprando o mais rápido que pode, como proteção contra a perda de confiança no dólar americano e contra as sanções econômicas dos EUA. O metal apresentou um forte desempenho frente aos obstáculos financeiros colocados pelas altas dos juros e reduções do balanço feitos pelo Fed. Esses ventos contrários se tornarão favoráveis no fim deste ano, quando o Fed perceber que exagerou no aperto monetário e for obrigado a reverter seu curso.
Quando chegar esse momento, o ouro vai disparar. Este pode ser o último excelente ponto de entrada no ouro, antes que o novo bull market realmente ganhe fôlego.
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