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É até certo ponto comum que o setor público enfrente dificuldades financeiras. Por definição contábil, funcionários públicos são considerados como despesa. Uma vez que a Receita do Estado vem dos impostos, não há “custos” desta receita, ela simplesmente aparece.

Funcionários públicos, ao menos no Brasil, normalmente possuem salários maiores que a média de mercado em suas atividades. Por esta razão o “Sonho” do brasileiro é alcançar seu tão sonhado cargo público.

Diferente do que se espera este sonha não é para contribuir para a boa administração do Estado e sim para receber bem e trabalhar proporcionalmente menos que no setor privado. Além disto, demitir ou dispensar um funcionário público é uma tarefa hercúlea, onde por muitas vezes o funcionário é “encostado” (ficando em casa e recebendo normalmente).

Na notícia, podemos observar o apertar de um dos botões do pânico: BLOQUEAR RECURSOS.

Os funcionários simplesmente não receberam a segunda parcela do décimo terceiro, num claro descumprimento da legislação trabalhista. Em qualquer caso de atraso no setor privado, o funcionário simplesmente abandona o emprego e busca outro, indo brigar por suas indenizações posteriormente. Porém, isto não se aplica ao setor privado uma vez que o “boi ainda quer ficar na sombra”.

Se uma empresa privada percebe que não tem capacidade de honrar seus compromissos ela demite funcionários e reduz capacidade produtiva. Porém, o estado simplesmente não tem este direito, o funcionários público concursado precisa ser pago até sua aposentadoria.

Recentemente a liga da justiça lutou arduamente para aprovar a reforma da previdência. Muitos ficaram insatisfeitos, afinal ninguém gosta de reduzir benesse. Porém, isto se fez necessário justamente para não chegarmos na mesma situação que o governo do Rio chegou.

Imaginemos agora uma situação, onde milhões de aposentados acordam e vão receber suas aposentadorias. Olham então atônitos suas contas vazias sem a menor ideia do que aconteceu. Iniciaria-se então uma onda de revoltas populares com muito choro e gritaria que por sua vez gera grande comoção social. Apesar de toda o caos, não trata-se de uma questão humanitária mas sim de matemática básica onde não pode-se pagar mais do que se tem.

Amigos leitores, com uma notícia do dia 22/11 publicada no Valor Econômico inicia mais uma vez o ciclo da morte de um país. A vítima desta vez é a Argentina.

Novo governo da Argentina prepara alta de salários e congelamento de preços

Conforme pudemos acompanhar com a Venezuela com a primeira eleição de Hugo Chaves em 1999, o país inicio uma guinada para a esquerda que historicamente sempre acabou mal. Os motivos para isto estão expostos em 6 motivos por que o socialismo não funciona.

Há três botões de pânico que um governo em desespero pode utilizar em casos extremos:

1 – Congelar preços – Venezuela

2 – Aumentar salários – Exemplo Venezuela

3 – Bloquear o acesso e movimentação do capital – Curralito Argentino

Conforme notícia do valor o novo governo Argetino optará por aumentar os salários em 50% e congelar preços. Vamos agora analisar racionalmente o racional dos agentes econômicos sobre estas medidas.

1 – Povo tolo e ignorante – Ficará feliz com mais dinheiro no bolso e com os preços “travados”. Logo em seu mundo ideal com mais dinheiro poderão comprar mais bens e serviços.

2 – Fornecedores de bens e serviços – Refletirão se irão ofertar os produtos aos preços indicados pelo governo. Nenhum agente econômico aceita vender seu produto por menos do que vale. Como ocorreu no Brasil no final dos anos 80 fornecedores de carne simplesmente deixavam seu gado vivo no pasto.

3 – Investidores – Fugirão do país ou atuarão no mercado negro que por definição não pode ganhar grande escala sob pena de chamar atenção do governo que encerrá suas atividades. Portanto, veremos poucos agentes neste mercado com a maioria fugindo para locais mais seguros e corretos.

O que podemos esperar para a Argentina nos próximos anos:

1 – Escassez de bens e serviços com filas e um grande mercado negro

2 – caos social com a falta de produtos básicos exatamente como ocorre na Venezuela já em nível muito mais avançado

3 – Novo calote de dívida – Desde o Curralito de 2001 a Argentina nunca mais gozou de grande credibilidade no cenário internacional. Com um possível calote iminente e extrema desvalorização do cambio talvez nunca mais se recuperem e se juntem a Venezuela num experimento do que seria um mundo pós apocalíptico.

Quando a maré é contraria nem no futebol os hermanos passaram impunes, onde o River Plate perdeu para o Flamengo o título da Libertadores da América.