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Nosso tema de hoje passa pela notícia que nosso lanterna verde super ministro Paulo Guedes está cogitando imprimir dinheiro.

Quem nos acompanha sabe que criticamos tal ideia quando veio do ex presidente Lula.

Porém, tratando-se de alguém tão instruído como Paulo Guedes, este merece pelo menos o benefício da dúvida.

Nossa primeira pergunta é:

P1 – Um governo pode quebrar?

R1 – Sim e não, o governo, exceto pela união européia, sempre detém o poder de criar dinheiro simplesmente imprimindo-o.

P2 – Qual o custo disso?

R2 – Próximo a zero, o custo é papel, tinta e eletricidade.

Quando governos não querem inadimplir claramente suas dívidas, como já vimos no episódio do Curralito Argentino , basta usar a impressora para fingir ter honrado seus pagamentos.

A equação é

M X V = Valor agregado de bens e serviços

M – Quantidade de moeda

V – Velocidade da moeda, o que representa quantas vezes a mesma circulou na economia.

Dobrando-se a base monetária e mantendo o fluxo supracitado, teríamos geração de valor total de R$ 200 ao invés de 100.

Porém, supor que a simples impressão de dinheiro afetará hábitos de consumo das pessoas é extremamente leviano.

Primeiro por que há dois tipos de consumo, o postergado e o perdido.

O postergado trata de um indivíduo que ia comprar um carro e decidiu compra-lo após dois meses

O perdido era o sujeito que ia sair para jantar hoje, porém, não irá jantar duas vezes no mês que vem.

Já há noticias informando que o dinheiro impresso será utilizado para realização de obras de infraestruturas, isto seria ótimo do ponto de vista de geração de empregos e melhoria de nossa infraestrutura. Porém, como garantir que a atividade continuará após o termino das obras (o que geraria desemprego massivo ao mesmo tempo). Será que incorreremos no mesmo erro do Japão da década de 90, onde após o estouro de sua bolha escolheu pagar metade da população para abrir um buraco e metade para fecha-lo. Uma vez concluída as duas atividades, nada sobrou senão, uma enorme dívida (hoje acima de 200% do PIB).

Repetimos o que falamos no Titanic Econômico, apenas os EUA podem imprimir dinheiro com danos reduzidos.

Será que compensa o risco de incorrer na armadilha da liquidez?

Imprimir dinheiro em via de regra gera inflação, ou seja, caso o uso do mesmo não sendo bem sucedido teremos o cenário da nefasta estagflação (PIB negativo com inflação). Para este cenário não há sequer estratégia mapeada nos manuais de economia. Portanto,

Cuidado Bino é uma cilada!

 

 

O mercado de derivativos (opções) aparece na vida de muitos investidores com a promessa de fortes ganho em período curtíssimo de tempo. Entretanto a realidade não é essa. O próprio Warren Buffett afirmou: “Os derivativos são a verdadeira arma de destruição em massa”.

Um ditado muito conhecido é: “Não dê o peixe, ensine a pescar”. Para o mercado de opções o ditado mudaria para “Ensine o homem a arbitrar e nunca mais passará fome”.
A arbitragem diz respeito a realização de operações que estão mal precificadas. Algo que matematicamente não faz sentido. Hoje há poucas oportunidades deste tipo uma vez que milhares de computadores as buscam todos os dias. Um exemplo de arbitragem ocorre no mercado de moedas (Forex). Imaginemos 2 pares de moedas: USD X BRL e EUR x BRL. Baseado na cotação de ambos podemos encontrar uma cotação entre USD X EUR.

O mercado de opções, comumente chamado de canto da sereia. Na mitologia, as sereias apresentavam-se extremamente bonitas e com um lindo canto para atrair marinheiro para suas garras. O mesmo ocorre com as opções, deslumbra-se com altos ganhos até que um dia tudo muda.

Bom, agora vamos a algumas histórias reais:
Em início de carreia era comum passar algumas horas do dia no site da CBLC (Central Depositária de Liquidação e Compensação) buscando grandes posições em aberto de opções ou por opções que fossem pouco líquidas. Certa vez encontramos a seguinte operação:

Ativo objeto: BVMF3 (ações da BMF Bovespas)
Preço atual BVMF3 – R$ 4,00
Opção – BVMF com preço de exercício R$ 8,00 para um prazo de 2 meses.
Preço da opção – R$ 6,00

Ou seja receberia R$ 6, por ação para vender o ativo objeto posteriormente por R$ 8,00. No melhor dos casos lucraria R$ 10,00 por ação (4 de lucro + 6 da opção). No pior dos casos, a ação objeto cairia e ficaria abaixo dos R$ 8,00 e a opção viraria pó. Porém, teria recebido os R$ 6,00 por ação. Este seria o lucro na pior opção.

Para a quantidade ofertada, no pior do casos a empresa iria a falência e valeria zero, porém teria embolsado os R$ 6 por ação. Em qualquer outro cenário teríamos lucro.

Incrédulo, liguei para amigos da área, li novamente o livro manual. De fato alguém havia cometido um erro em colocar aquela ordem. Como não tenho nada a ver com isso, inseri uma venda fazendo o ativo iniciar um leilão. Pouco tempo depois o telefone tocou, era a minha corretora falando que a outra parte havia entrado em contato pedindo para abrir mão da operação pois haviam cometido um erro.
Negamos abrir mão, porém com o decorrer do leilão apareceu uma ordem de R$ 0,01 sendo posteriormente executada. A ordem foi colocada pela mesma corretora da parte contrária, com certeza foi alguém conhecido fazendo um favor.

Em outra oportunidade identificamos uma opção do falecido banco Cruzeiro do Sul. A opção era in the Money (preço abaixo da cotação atual) e apresentava um ágio de cerca de 17% para um prazo de 3 meses. Ou seja a opção conseguiria proteger a ação de uma queda de até 20%, qualquer queda menor que isso haveria lucro. Posteriormente, ao conferirmos a opção no site CBLC percebemos que a opção tinha prazo de vencimento para 1 ano e 3 meses e não 3 meses conforme demonstrado no home broker. Entramos em contato com a corretora, que estornou a operação sem prejuizos financeiras.