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Antes de criticarmos a PEC 241 ou atuação de nosso Banco Central nas taxas de juros e cambio precisamos entender os fundamentos econômicos.

A maioria das escolas econômicas brasileiras são o que chamamos de Keynesianas. John Maynard Keynes foi um economista britânico cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e prática da macroeconomia, bem como as políticas económicas instituídas pelos governos. Seu livro “Teoria Geral do Emprego, Juro e da Moeda” tornou-se uma bíblia do pensamento econômico.

A macroeconomia divide-se em duas vertentes:

Politica Fiscal

Trata-se da manipulação dos tributos e dos gastos do governo para regular a atividade econômica. Ela é usada para neutralizar as tendências à depressão e à inflação. Pode ser expansionista ou restritiva. A expansionista é utilizada para fomentar a economia buscando o aumento da demanda agregada quando esta se mostra insuficiente.

Com o acumulo de estoques (oferta excessiva de bens), as empresas acabam por reduzir suas produções e força de trabalho. A este movimento chama-se “hiato inflacionário”.

As medidas que podem ser adotadas são:

1. Aumento dos gastos públicos;
2. Diminuição da carga tributária ;
3. Estimulando despesas de consumo e investimentos;
4. Estímulos às exportações elevando a demanda externa dos produtos;
5. Redução da taxa de juros;
6. Tarifas e barreiras às importações, beneficiando a produção nacional.

Política Fiscal restritiva, por sua vez é usada quando a demanda agregada supera a capacidade produtiva da economia, no chamado “hiato inflacionário”, onde os estoques desaparecem e os preços sobem. As medidas de combate seriam:

1. Diminuição dos gastos públicos;
2. Elevação da carga tributária sobre os bens de consumo, desencorajando esses gastos;
3. Elevação das importações, por meio da redução de tarifas e barreiras;
4. Elevação de taxa de juros.

Os aumentos dos gastos públicos foram utilizadas durante a crise de 29 e no New Deal de Roosevelt com êxito.

Pólitica Monetária.

São instrumentos utilizados pelo Banco Central com a responsabilidade de conduzir a política monetária.

Os instrumentos da política monetária são vistos como um conjunto de ações que autoridades econômicas usam para controlar a oferta da moeda e a taxa de juros da economia.

1. Os instrumentos de Política Monetária são:
2. Emissão de moedas,
3. Ser o guardião das reservas bancárias,
4. Promover empréstimos de liquidez aos bancos comerciais,
5. Realizar operações de mercado aberto e o fazer o controle seletivo de crédito.
6. Aumentar depósitos compulsórios.

No governo Dilma pudemos observar diversas das medidas expansionistas, porém não muito bem direcionadas o que acarretaram grandes prejuízos aos cofres públicos sem consequente melhora da economia.
Aliais, Dilma parece ter lido com afinco Keynes e outros grandes economistas, porém optou por fazer tudo ao contrário.

O mercado de derivativos (opções) aparece na vida de muitos investidores com a promessa de fortes ganho em período curtíssimo de tempo. Entretanto a realidade não é essa. O próprio Warren Buffett afirmou: “Os derivativos são a verdadeira arma de destruição em massa”.

Um ditado muito conhecido é: “Não dê o peixe, ensine a pescar”. Para o mercado de opções o ditado mudaria para “Ensine o homem a arbitrar e nunca mais passará fome”.

A arbitragem diz respeito a realização de operações que estão mal precificadas. Algo que matematicamente não faz sentido. Hoje há poucas oportunidades deste tipo uma vez que milhares de computadores as buscam todos os dias. Um exemplo de arbitragem ocorre no mercado de moedas (Forex). Imaginemos 2 pares de moedas: USD X BRL e EUR x BRL. Baseado na cotação de ambos podemos encontrar uma cotação entre USD X EUR.

O mercado de opções, comumente chamado de canto da sereia. Na mitologia, as sereias apresentavam-se extremamente bonitas e com um lindo canto para atrair marinheiro para suas garras. O mesmo ocorre com as opções, deslumbra-se com altos ganhos até que um dia tudo muda.

Bom, agora vamos a algumas histórias reais:
Em início de carreia era comum passar algumas horas do dia no site da CBLC (Central Depositária de Liquidação e Compensação) buscando grandes posições em aberto de opções ou por opções que fossem pouco líquidas. Certa vez encontramos a seguinte operação:

Ativo objeto: BVMF3 (ações da BMF Bovespas)
Preço atual BVMF3 – R$ 4,00
Opção – BVMF com preço de exercício R$ 8,00 para um prazo de 2 meses.
Preço da opção – R$ 6,00

Ou seja receberia R$ 4, por ação para vender o ativo objeto posteriormente por R$ 8,00. No melhor dos casos lucraria R$ 8,00 por ação. No pior dos casos, a ação objeto cairia e ficaria abaixo dos R$ 8,00 e a opção viraria pó. Porém, teria recebido os R$ 2,00 por ação. Este seria o lucro na pior opção.

Para a quantidade ofertada, no pior do casos a empresa iria a falência e valeria zero, porém teria embolsado os R$ 4 por ação. Em qualquer outro cenário teríamos lucro.

Incrédulo, liguei para amigos da área, li novamente o livro manual. De fato alguém havia cometido um erro em colocar aquela ordem. Como não tenho nada a ver com isso, inseri uma venda fazendo o ativo iniciar um leilão. Pouco tempo depois o telefone tocou, era a minha corretora falando que a outra parte havia entrado em contato pedindo para abrir mão da operação pois haviam cometido um erro.

Negamos abrir mão, porém com o decorrer do leilão apareceu uma ordem de R$ 0,01 sendo posteriormente executada. A ordem foi colocada pela mesma corretora da parte contrária, com certeza foi alguém conhecido fazendo um favor.

Em outra oportunidade identificamos uma opção do falecido banco Cruzeiro do Sul. A opção era in the Money (preço abaixo da cotação atual) e apresentava um ágio de cerca de 17% para um prazo de 3 meses. Ou seja a opção conseguiria proteger a ação de uma queda de até 20%, qualquer queda menor que isso haveria lucro. Posteriormente, ao conferirmos a opção no site CBLC percebemos que a opção tinha prazo de vencimento para 1 ano e 3 meses e não 3 meses conforme demonstrado no home broker. Entramos em contato com a corretora, que estornou a operação sem prejuizos financeiras.