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Hoje dia 04 de outubro de 2019 acordamos com a seguinte notícia:

Caixa pede que Justiça decrete falência da Odebrecht

Aconteceu… Conforme esperado, envolvida em um enorme escândalo de corrupção e com dívidas bilionárias, a Caixa Econômica Federal puxou a tomada da já debilitada Odebrecht.

A Odebrech chegou a ter 170 mil empregados e possuía uma meta ousada chamada de visão 2020, cujo intuito era possuir 200 bilhões em receita até 2020.

Aqui façamos um parênteses técnico, de que adianta 200 bilhões na primeira linha do DRE se a última é negativa. De forma análoga, é melhor alguém que receba 5 mil reais por mês e tenha despesas de 3 mil do que alguém que ganhe 20 e gaste 21 para viver.

Aqui citamos o Livro do professor Jim Collins – Como as gigantes caem (disponível em nossa biblioteca virtual).

Nele o professor citava 5 etapas até a falência ou insignificância de uma empresa.

1 – Excesso de confiança – a Odebrecht era extremamente confiante em seu nome executivos e sempre confiavam que seu forte nome iria resolver os problemas.

2 – Negação de risco e perigos –  Com dívidas bilionárias e a lava jato iniciada mantinha a postura de que nada tinha a ver com o assunto e nada iria acontecer.

3 -Busca incessante por mais – Entrou em diversos negócios que não tinha expertise nem nunca tinha tido experiências. Exemplo: área ambiental ou até mesmo submarino nuclear

4 – Luta desesperada pela salvação – Com alguns de seus executivos preso, inclusive o neto do fundador e afundada em dívidas entrou em recuperação com tarefa hercúlea de sobreviver.

5 – Insignificância ou falência – a insignificância era quase certa dado o porte que já teve e o porte que teria caso saísse da mesma. Infelizmente agora caminhamos para a falência e liquidação.

 

A pergunta pode parecer óbvia, porém não é.

A resposta padrão seria: O atacado pois comprando em maior quantidade, pode-se pedir um bom desconto ou melhores prazos de pagamento. No varejo, o produto está na prateleira, paga-se mais caro pelo conforto de tê-lo na hora.

Agora, por que o governo não paga mais barato?

Ora, o governo é o maior dos atacados, por que não compra todos os bens e serviço mais baratos?

A resposta é simples e triste: o governo não cumpre o combinado. É comum ele alterar as regras com o jogo iniciado ou simplesmente inadimplir e ficar enrolando na justiça.

Conto agora um caso que vivenciei. O porto maravilha, local onde hoje está o aquário e o museu do amanhã foi pensado e planejado para ser um excelente bairro pra se morar. O projeto foi inspirado em Porto Madero, uma região degradada da Argentina que na época foi revitalizada e virou um dos bairros mais desejados da cidade.

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Um dos projetos do Porto era o PORTO VIDA, projeto que seria construído pela Odrebrecht. O governo fez um acordo de custear as obras e em troca teria acesso a algumas unidades com preços muito diferenciados que seriam ofertadas aos funcionários públicos. Confiando no contrato firmado, a construtora iniciou as obras sem utilizar financiamento a produção (empréstimo que custeia as obras).

O governo então empurrou com a barriga por meses até que finalmente deu o ultimato: NÃO VOU HONRAR O COMPROMISSO!

O que ocorreu foi que ao ofertar os funcionários, não houve a procura esperada e então simplesmente resolveram inadimplir suas obrigações com o setor privado.

A construtora então sem ter o que fazer abandonou o esqueleto da obra no sétimo andar. Isto obviamente contribuiu para o não sucesso da região portuária, afinal que gostaria de ser vizinho de um escombro.