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A água é o líquido essencial a vida. Cerca de 70% do corpo humano é composto por água. Entretanto, seu excesso também pode ser prejudicial. Como dizia o ditado: a diferença entre o remédio e o veneno é a dose.

Todo o mundo observou aterrorizado o efeito do grande Tsunami ocorrido na Ásia, que simplesmente varreu e destruiu a Indonésia.

Algo semelhante está ocorrendo no mercado financeiro. A crise gerada pelo Corona Vírus foi mais grave do que a crise de 29 (maior crise da história do capitalismo). Porém, seus efeitos não serão tão prolongados ou danosos, pois os governos agora têm a permissão para imprimir.

Em 1929, existia o padrão ouro, onde os governos somente poderiam emitir suas moedas de acordo com a reserva de ouro que possuíssem. Como o ouro não é “produzível”, havia escassez e, portanto, tinha todas as características do dinheiro. Com seu fim em 1971, os governos podem imprimir seu dinheiro fiduciário livremente, precisando apenas respeitar o “limite da vergonha”, um critério bastante maleável.

Sendo assim, vimos uma impressão e distribuição de dinheiro como nunca. Esta foi capaz de estancar o sangramento causado pelo grave ferimento corona vírus. Porém, como os Keynesianos bem sabem, a expansão da base monetária tem suas consequências. Desde o Sub Prime de 2008, o balanço do FED (Banco Central Americano), já estava muito inchado, chegando ao patamar de 4 trilhões de dólares, quando o normal seria de 800 bilhões. Hoje, após as novas rodadas de estímulos, este número chega a 7 trilhões de dólares. Todos os demais países fizeram o mesmo, injetando dinheiro a esmo no mercado de forma a garantir a sobrevivência de sua população.

Concordamos com as atitudes do governo, porém… E quando a normalidade voltar, como fazer para drenar todo este dinheiro do mercado? E se a inflação começar a disparar até mesmo em países onde existe deflação, como o Japão?

Imaginemos uma situação onde todos começam a investir no mercado financeiro de commodities. Em instância, são apenas números em um computador, porém, tem que possuir alguma relação com a realidade. Com investidores demais, os preços de alimentos começam a disparar, pecuaristas e agricultores tentarão aumentar sua produção para poder aproveitar sua melhor margem de lucro. Porém, há um limite! Não é possível fazer nascer bezerros de mês em mês.

Então, a oferta em algum momento irá estagnar, fazendo com que os preços sigam subindo mais a mais, até que a cada novo dia tenhamos um preço acima do anterior. Fato que culmina em uma camada na população não conseguir mais adquirir os víveres e começar a morrer de fome. Ou pior, chegar a um momento onde os governos tenham um lampejo de sanidade e decidam tentar voltar ao nível normal e saudável de base monetária.

É sabido que a dor da perda é duas vezes mais intensa do que o prazer do ganho. Então, quando o dinheiro em abundância for retirado de circulação, poderemos observar uma tristeza generalizada e uma pitada de caos social por desespero em massa.

Apreciamos o livro da professores de Harvard Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff , chamado “Oito Séculos de Delírios Financeiros – Desta vez é diferente”. Na verdade, a parte do “Dessa vez é diferente” trata-se de uma sátira, uma vez que todo racional das crises é o mesmo: as pessoas ensandecidas acreditando que na vez delas seria diferente.

Acreditamos, porém, que diante de todos os argumentos acima expostos: DESTA VEZ SERÁ DIFERENTE! E para pior.

Conforme abordamos no texto “A força mais poderosa que existe”, não queremos ficar reféns da índole dos indivíduos com os quais lidamos. Porém, com o alinhamento perfeito de interesses segundo a teoria dos jogos, conseguimos desenvolver um jogo no qual o individuo possúi 90% de chance de obter lucro e 10% de empatar. Portanto trata-se de um jogo sem risco para os jogadores, o que o mercado financeiro chama de win-win (ganha ganha).

Em nossos serviços de Home Equity e Venture Capital, por vezes nos deparamos com situações onde a garantia oferecida para a operação é substancialmente maior do que a necessidade de capital. Por vezes 10 vezes maior, muito superior aos 50/60% normalmente solicitados pelas instituições financeiras com as quais trabalhamos. Ou seja bancos buscam 100 reais em garantia para emprestar 50/60 reais, porém as vezes não aceitam 100 para emprestar 10. Por que isso acontece?

Porque bancos gostam de emprestar para quem não precisa de dinheiro!

Possuir garantias apenas garante que o valor total emprestado não será perdido, porém, sua executabilidade por vezes é custosa e demorada. Em cenários anteriores a pandemia, algumas instituições com maior tolerância ao risco aceitavam emprestar entre 20 e 30% do valor da garantia sem realizar nenhuma análise do tomador do crédito. Ou seja, em caso de inadimplência, a garantia independente de quanto custasse ser retomada seria suficiente para garantir a lucratividade da operação. Porém, graças ao corona vírus isto cessou.

Desenvolveremos abaixo uma teses onde “INVESTIDORES” ao invés de aplicarem dinheiro nas operações, aportam apenas sua capacidade de crédito. Como informado a teoria básica de Finanças: “O capital de terceiros é mais barato que o capital próprio”.

Sendo assim, os investidores emprestarão sua capacidade de pagamento para empresas que possuem excelentes garantias, porém, não conseguem tomar o crédito sozinha.
Mas qual o risco para o investidor desta operação?
Nenhum! Como falamos há apenas 10% de chance de empatar.
A explicação técnica desta informação passa pelo termo jurídico em latim Propter Rem (própria do bem). Nele uma vez executada a garantia seja ela imóvel, veículo ou qualquer outro tipo de bem e direito, a operação e suas obrigações serão extintas, este então sendo o pior cenário para o investidor.
E quanto posso ganhar com isso?

Cada operação deve ser conversada caso a caso, porém, iremos sempre aconselhar que o investidor receba uma fração do crédito liberado a vista e talvez uma remuneração mensal adicional. Nada mal, para quem não teve que investir 1 real sequer.

 

Tal matéria é regida pelo:
DECRETO-LEI Nº 911, DE 1º DE OUTUBRO DE 1969, onde ressaltamos:

“Art. 66. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal.

§ 4º No caso de inadimplemento da obrigação garantida, o proprietário fiduciário pode vender a coisa a terceiros e aplicar preço da venda no pagamento do seu crédito e das despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor o saldo porventura apurado, se houver.

§ 5º Se o preço da venda da coisa não bastar para pagar o crédito do proprietário fiduciário e despesas, na forma do parágrafo anterior, o devedor continuará pessoalmente * obrigado a pagar o saldo devedor apurado.

  • Neste caso pessoalmente diz respeito ao novo proprietário do bem.

Porém, como nos produtos de home equity, os bens dados em garantia são alienados no máximo a 60% de seu valor de mercado, sua execução em leilão ou venda direta muito provavelmente será suficiente para a quitação do débito.

Nascimento e vida do dinheiro

O dinheiro é o meio usado na troca de bens e serviços. Em tempos passados ter dinheiro era um sinal de trabalho acumulado. Com o avanço do capitalismo o trabalho não mais precisaria ser a principal forma de receber dinheiro.

No início, as trocas eram feitas por escambo. Ou seja, uma determinada quantidade de uma mercadoria era trocada por outra. Não havia muita noção de valor, o que dificultava o comércio uma vez que ficava mais difícil para as partes envolvidas entrarem em um acordo.

Para funcionar corretamente o dinheiro deve ser escasso. Um produto que foi muito utilizado foi o sal. Ele era de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes. Da utilização do sal vem a palavra salário.

Quando o homem descobriu o metal, passou a utilizá-lo para fabricar utensílios e armas anteriormente feitos de pedra ou madeira.

Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal foi eleito como principal padrão de valor.

Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Como sua produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado. Essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todos. A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.

No direito temos a expressão “pecúnia non olet” (o dinheiro não tem cheiro). A origem da expressão está na criação de um tributo, pelo Imperador Vespasiano, para a utilização de banheiros públicos.

Quando Tito reclamou com seu pai da natureza imoral da taxa e que ela faria com que a cidade ficasse fedendo, Vespasiano pegou uma moeda de ouro e disse Non olet (não tem cheiro).
Hoje nossa economia caminha para a substituição do dinheiro físico pelo digital. O efeito disto ainda é desconhecido.

O dinheiro é o meio usado na troca de bens e serviços. Em tempos passados ter dinheiro era um sinal de trabalho acumulado. Com o avanço do capitalismo o trabalho não mais precisaria ser a principal forma de receber dinheiro.

No início, as trocas eram feitas por escambo. Ou seja, uma determinada quantidade de uma mercadoria era trocada por outra. Não havia muita noção de valor, o que dificultava o comércio uma vez que ficava mais difícil para as partes envolvidas entrarem em um acordo.

Para funcionar corretamente o dinheiro deve ser escasso. Um produto que foi muito utilizado foi o sal. Ele era de difícil obtenção, principalmente no interior dos continentes. Da utilização do sal vem a palavra salário.

Quando o homem descobriu o metal, passou a utilizá-lo para fabricar utensílios e armas anteriormente feitos de pedra ou madeira.

Por apresentar vantagens como a possibilidade de entesouramento, divisibilidade, raridade, facilidade de transporte e beleza, o metal foi eleito como principal padrão de valor.

Os utensílios de metal passaram a ser mercadorias muito apreciadas. Como sua produção exigia, além do domínio das técnicas de fundição, o conhecimento dos locais onde o metal poderia ser encontrado. Essa tarefa, naturalmente, não estava ao alcance de todos. A valorização, cada vez maior, destes instrumentos levou à sua utilização como moeda e ao aparecimento de réplicas de objetos metálicos, em pequenas dimensões, que circulavam como dinheiro.

No direito temos a expressão “pecúnia non olet” (o dinheiro não tem cheiro). A origem da expressão está na criação de um tributo, pelo Imperador Vespasiano, para a utilização de banheiros públicos.

Quando Tito reclamou com seu pai da natureza imoral da taxa e que ela faria com que a cidade ficasse fedendo, Vespasiano pegou uma moeda de ouro e disse Non olet (não tem cheiro).
Hoje nossa economia caminha para a substituição do dinheiro físico pelo digital. O efeito disto ainda é desconhecido.