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Novamente aconteceu, mais uma pirâmide na praça! Porém, dessa vez temos uma personalidade famosa envolvida: Ronaldinho Gaúcho, o bruxo. Já escrevemos sobre pirâmides anteriormente.

A “roupagem” das pirâmides mudam, porém normalmente possuem algumas semelhanças:

  • Ganhos muito acima do mercado
  • Bônus por indicação
  • Prêmio de fidelidade (evitar resgates)

A nova chama-se Ronaldinho 18 K e novamente utilizava as cripto moedas como chamariz, porém, também incluindo venda de produtos como relógios. Acredito que o fato de ter um produto envolvido gere alguma confiança adicional aos já iludidos investidores de cripto moeda.

Agora analisemos friamente: Donald Trump não compreende e não gosta das cripto moedas, outros renomados economistas também já confessaram não entender perfeitamente o funcionamento destas. Por não deixar rastro, não necessitar de lastro e ser transferível para qualquer lugar do mundo sem nenhuma tributação é largamente utilizada para fins ilícitos como tráfico de drogas e terrorismo.

Sem querer fazer pré julgamento, mas qual a chance de um jogador de futebol entender o funcionamento de algo tão complexo como as moedas virtuais. Não sei se Ronaldinho foi apenas mais uma vítima ou cúmplice.

Se fosse fazer uma aposta, apostaria em vítima, pois também não possuiria capacidade de entender onde estaria se metendo.

Novamente o Chaves estava certo:

Qual será a próxima?

No cenário atual de renda fixa pagando 5% ao ano líquido e bolsa em recordes (mais downside do que upside), pessoas de todos os tipos buscam alternativas para aumentar sua rentabilidade e complementar sua renda.

Sendo assim, indivíduos mal intencionados sempre tentam usar a ganância alheia ao seu favor. Para iniciar, normalmente alugam escritórios em pontos nobres com bastante requinte em sua decoração. O próximo passo é treinar uma equipe altamente empática e carismática que possa transmitir o máximo de segurança e tranquilidade.

O maior caso destes acontecimentos foi Bernie Madoff.

Recentemente tivemos outras pirâmides com menor escala mas ainda com alto poder destrutivo.

JJ Investments – Uma verdadeira aula de marketing. Jonas Jaimovick, fundador da empresa prometia rendimentos entre 5 e 15% ao mês utilizando as melhores técnicas e táticas de trade na bolsa de valores. Ele alcançou até mesmo famosos como: Junior, Zico, Viviane Araújo e Sérgio Malandro. Para demonstrar mais credibilidade sempre postava fotos com seus clientes famosos.

Para dar ainda mais credibilidade chegou a patrocinar até 12 clubes de futebol. Perda estimada R$ 170 MM.

 

Bank Rio – André Luiz da Motta e Albuquerque, um agente autônomo de investimentos vinculado à plataforma desde 2016, criou uma empresa paralela chamada AI e Albuquerque Consultoria e, por meio dela, captou recursos de investidores com a promessa de ganhos expressivos. Nas mensagens enviadas a seus clientes, Albuquerque dizia tratar-se de operações sem relação. Realizou então operações que acabaram dando errado. Após levar a perdas da ordem de R$ 20 MM, André se matou pulando do alto de um prédio.

Em um outro caso, um homem foi convidado a investir numa operação que estava rendendo 15% ao mês. A principio ele recusou.

Passaram então 1 ano e o amigo seguida recebendo regularmente seu lucro mensal. Ainda assim recusou.

Passaram-se então 2 anos e o amigo ainda recebendo seus lucros.

No terceiro ano o convite foi finalmente aceito, porém após apenas 1 mês de lucros o castelo desmoronou.

No final das contas podemos afirmar:

Apenas o Chaves tinha razão:

Madoff nasceu em 1938 no seio de uma família judaica e é casado com Ruth Madoff.

Foi membro ativo da National Association of Securities Dealers (NASD), organização autorregulada na indústria de ativos financeiros norte-americanos. A sua empresa esteve entre as cinco que impulsionaram o desenvolvimento do NASDAQ, e o próprio Bernard trabalhou como coordenador-chefe do mercado de valores.

Seu grupo de investimentos incluía duas áreas separadas: Bernard Madoff Investment Securities LLC, com as funções de corretor de bolsa (broker) e formador de mercado em ações norte-americanas (market maker), onde trabalhava a maioria do pessoal, e a área de Investment Advisory, foco de toda a fraude.

Nesta última Bernard Madoff realizava os investimentos para hedge funds como o Fairfield Sentry, Kingate ou Optimal (grupo banco Santander).

Ser aceito por Madoff em seu fundo era considerado uma honra, tanto que alguns investidores se matricularam no clube que ele frequentava apenas para tentar se aproximar do mesmo.
Apesar do êxito histórico dos resultados dos fundos geridos pela sua empresa, desde 1992 a gestão recebeu algumas críticas isoladas. Veio-se a descobrir posteriormente como os auditores da Madoff trabalhavam num pequeno escritório sem praticamente terem pessoal.

Madoff, com fama de filantropo, não só enganou entidades bancárias e grupos de investimento, como também são vítimas da sua fraude fundações e organizações caritativas.

A Securities Investor Protection Corporation (SIPC) está em processo de liquidação da brokerage da empresa de Madoff, com Irving Picard a atuar como trustee (figura comum nos países da common law).

A SIPC assegura até 500 000 dólares para dinheiro em falta em contas de brokerage individuais, mas não protege contra maus investimentos. Algo como o Fundo Garantidor de Crédito brasileiro.

Stephen Harbeck, presidente da SIPC afirmou que os registos financeiros do departamento de gestão de investimentos demorarão seis meses a analisar. “Há alguns ativos, mas não tenho ideia de qual a relação com os pedidos sobre eles. Os registos são altamente suspeitos neste caso.

Um de seus investidores evitou a derrocada do fundo de Madoff. Quando entrevistado sobre como percebeu a fraude afirmou: “O fundo era muito estável e sempre entregava o mesmo resultado. Isso não poderia ser possível no mercado em que atuava.”
Segundo o Wall Street Journal as potenciais perdas totalizam 65 bilhões de dólares, o que faz de Madoff o autor da maior fraude financeira de todos os tempos.

Numerosas entidades estrangeiras foram afetadas. Supõe-se que haja só de fundos portugueses cerca de 76 milhões de euros aplicados no esquema fraudulento de Madoff.

Em 29 de junho de 2009, Madoff foi condenado a 150 anos de prisão por um tribunal de New York.

Em 11 de dezembro de 2010 seu filho Mark Madoff suicidou.