Lições da crise política alemã

00:12 – Eleições alemãs

Em dia de calmaria nos mercados, o momento é propício para falar da crise política alemã e o que esta significa para os seus ativos.

Para isso temos de voltar um pouco atrás…

Em setembro, o resultado das eleições foi um bocadinho mais confuso do que aquilo que possa ter pensado na altura.

Relembro que o partido de Angela Merkel, a CDU, ganhou as eleições, mas com a pior votação desde 1949.

Conseguir um quarto mandato é uma conquista considerável para qualquer líder democrático. Permanecer, aparentemente, sadia ao fazê-lo é quase extraordinário.

Em termos práticos, os dois grandes partidos – a CDU e os Sociais Democratas – perderam imensos votos. A esquerda ganhou alguns.

Todavia, o grande vencedor foi o partido nacionalista AfD – agora o terceiro partido mais representativo do Bundestag.

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01:04 – Negociações complicadas

Compreensivelmente, ninguém na Alemanha está disposto a negociar com um partido de extrema-direita, pelo que a chanceler alemã tem tentado negociar uma geringonça, carinhosamente chamada de “coligação Jamaica” – cores dos três partidos envolvidos: a CDU (preto), o FDP (amarelo) e os Verdes.

O problema é que nunca foi uma aliança com pernas para andar.

Não é tão improvável como o CDS-PP cooperar com os Verdes, mas quase.

Depois de várias semanas de negociações, a bomba caiu na madrugada de segunda-feira, quando as conversações falharam e o líder do FDP, Christian Lidner, abandonou a mesa de negociações.

02:06 – Três portas

Então e agora?

Não sou um perito em política alemã, mas vejo três alternativas:

A CDU pode tentar uma coligação com os sociais democratas – que são liderados por Martin Schulz – mas o ex-presidente do Parlamento Europeu já veio a público dizer que não está interessado.

Pode tentar avançar com um governo minoritário em coligação com os Verdes, o que significa tentar juntar alianças improvisadas de cada vez que surgir algo importante, o que não é uma situação muito confortável.

Pode também pressionar por uma nova eleição.

O principal receio com esta última opção é que o AfD faça ainda melhor que os 13% que amealhou em setembro.

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03:09 – Menos chatices

Uma coisa parece clara: levará ainda algum tempo até que a Alemanha tenha um governo propriamente definido.

Então o que é que isso significa, na prática, para o preço dos ativos?

Por um lado, o BCE deve estar satisfeito – a instabilidade política na maior economia da zona Euro deverá manter a moeda única fraca contra o resto das principais divisas do mundo.

Por outro, com este alvoroço em casa, o contingente alemão do banco central, que passa a vida a reclamar por taxas mais altas e menos intervenção, pode perder algum poder de fogo.

Se conhece o amor do mercado pelos estímulos, sabe com certeza que isto são ótimas notícias para o preço dos ativos.

04:02 – Euro mais fraco

Ironicamente, o euro mais fraco significa, geralmente, ações alemãs mais fortes.

Eu não estou a dizer que deve aumentar a sua exposição à Alemanha…

… em rigor, a instabilidade política pode aumentar a volatilidade no curto prazo.

Gráfico FTSE 100 – Fonte: Yahoo Finance

Porém, se tivermos em conta a reação da bolsa londrina ao Brexit e a subsequente desvalorização da libra, então não espere pelos saldos na bolsa.

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