Pode parecer irrelevante, porém, a forma de falar demonstra muito de nossa mentalidade.

Por exemplo, enquanto no Brasil é normal a frase:

Eu ganho R$ 5.000 por mês. Ou seja, meu salário é R$ 5.000 por mês.

Nos EUA os americanos dizem:

I make USD 5.000 per month. Ou seja, eu FAÇO USD 5.000 por mês.

Olhando apenas como entendimento ambos são corretos, porém, a diferença do jogo de palavras demonstra o abismo cultural que existe entre os dois países.

Enquanto nos Estados Unidos o trabalhador diz que FAZ (produz) 5 mil dólares por mês enquanto no Brasil, eles ganham cinco mil reais por mês. Enquanto FAZ traz um caráter de protagonismo, o GANHO remete a passividade.

Nos EUA, os ricos são admirados, os demais desejavam ser como eles. Enquanto isso no Brasil, os ricos são odiados, e todos acham que alcançaram seu patamar roubando ou explorando o trabalho alheio.

Ora, como pode um país ser prospero criticando seus provedores de empregos e com o sonho de ser funcionário público (salários acima da média e jornada de trabalho mais amena).

Podemos ver esta disparidade observando o nível de vida do Americano médio (com empregos menos qualificados) que podem ter carro e casa própria pode inclusive viajar em suas férias.

Convenhamos, cabe uma reflexão.

desabastecimento

Nossa analogia de hoje trata do filme de José Saramago. A história trata de uma doença que deixava as pessoas cegas de um dia pro outro. Os primeiros infectados foram direcionados para uma casa, onde ficavam confinados e onde eram-lhe fornecidos produtos e serviços básicos para a manutenção da vida.

Com o passar dos dias, a infecção se tornou generalizada (inclusive para pessoas de fora da casa da primeira quarentena.

Portanto, os produtos que antes eram entregues pararam de chegar. Os internos tiveram que se organizar e racionar os itens para que sua sobrevivência fosse prolongada.

No grupo de infectados havia um homem que era cego de nascença. Este logo se aliou a um que possuía um revolver, instaurando uma espécie de ditadura do grupo.

Nossa analogia passa pelo homem cego de nascença. O fato dele ser muito mais adaptado que os demais (cegos recentes), ele podia manipula-los e aguentar situações mais severas que os demais. Isto o fez meio que um super homem dos cegos.

A Venezuela é o homem cego do filme. Os venezuelanos já vivem em caos social e desabastecimento há vários anos e portanto, a pandemia tratá pouca diferença para seu estilo de vida. Talvez sejam a nação que saia mais fortalecida nesta crise, não por mérito própria, mas por já serem acostumados ao caos apocalíptico.

Se não fosse o bastante, os hospitais Venezuelanos sequer tem água para tratar seus doentes. Já havíamos citado esta possibilidade no post “O diabo Venezuelano não bebe água“.

Não é possível prever o que acontecerá com o mundo, mas não podemos negar que os venezuelanos são o povo mais adaptado ao cenário atual.

Em um evento, o conhecido economista Ricardo Amorim previu que no caso de eleição de Fernando Haddad, dólar poderia ir até R$ 5,00.

Conforme expusemos no texto “What comes next” onde tratamos sobre o novo governo argentino, no 6 motivos por que o socialismo não funciona e no que trata sobre A nova liga da justiça percebemos que politica e economia andam lado a lado.

A economia é uma profecia auto realizável:

Se as pessoas sentem-se seguras e confiantes, elas investem, aumentam capacidade produtiva e contratam empregados, no oposto quando estão receosas demitem, fecham empresas e tentar consumir o mínimo possível.

É no mínimo insano e irracional comparar o dólar atual como sendo um evento causado por um mau governo. O mundo hoje possui tensões geopolíticas entre Irã e EUA e Arábia e Russia, além de uma doença que se espalha em velocidade exponencial.

O primeiro afetou os preços do dólar e o segundo o preço do petróleo. Ambos os ativos tem o poder de afetar todos os demais preços da economia.

Se não bastasse os eventos supracitados ainda temos em andamento uma pandemia viral em proporções que não se via desde a devastação causada pela peste negra do século XIV. A consequências para os homens enquanto organismos vivos não são tão severas quanto as causadas pela peste, mas dado a globalização as consequências econômicas podem ser até piores.

Quase todos os setores irão sofrer com o pânico generalizado. Nossa legislação trabalhista agrava ainda mais a crise uma vez que o empresário se vê em um dilema: demitir todos os funcionários e encerrar as atividades aceitando uma enorme perda, porém, sem sangramentos mensais posteriores ou seguir sangrando mensalmente (salários, aluguel etc), com receita zero ou próximo de zero sem ter certeza de quando a situação será normalizada.

Nosso heroico governo tentou oferecer um pacote de estímulos, porém, sabemos que é uma medida paliativa que a depender dos movimentos de manada podem ou não ter algum efeito.

Apesar dos tempos tenebrosos que se aproximam vemos alguns tolos felizes que poderão ficar em casa sem trabalhar e recebendo. Assim como crianças de 6 anos não conseguem entender que talvez não tenham para onde voltar.

No famoso desenho criado no final da década de 80, Lion, o líder dos Thundercats possía a espada justiceira que permitia que ele enxergasse além do que seus olhos podiam ver.

Tentaremos então expor nossa opinião sobre o recente caso Corona Vírus. Para tal vamos utilizar a corrida bancária como comparação.

1 – A corrida bancária

Nenhum banco por maior que seja possui capital para suprir todos os depósitos e aplicações que encontram-se nele depositados. Dai existe o índice de Basileia que é a relação entre o patrimônio de referência de uma instituição financeira e o valor dos ativos ponderados pelo risco. É também conhecido também como índice de solvência ou de solvabilidade de uma instituição financeira. Em 2019 o índice de Basileia era de 20%, ou seja, para cada real depositado no banco, há negócios no valor de R$ 5,00.

Quando um boato (justificado ou não) se espalha todos resgatam seus recursos desta banco o que faz com que o mesmo fique insolvente. Ou seja, trata-se de uma profecia auto realizável.

2 – Falta d’agua

Toda vez que em um condomínio há um aviso que a água pode faltar. Todos os moderadores correm para encher seus compartimentos necessários, inclusive, lavar toda a roupa acumulada, louça e a própria casa. A maioria dos condomínios possuem grandes caixa d’agua justamente para momentos de limitação, porém, ao alarmar as pessoas, elas mesmo acabam esvaziar a caixa d’agua compartilhada com utilização exagerada.

3 – Corona Vírus

Com o Corona vírus acontece o mesmo racional. A doença em si não é tão perigosa para a maior parte da população, porém, possui um contágio muito rápido. Isto acaba por gerar caos na população que corre para os mercados e farmácias e estocam-se preparando-se para o apocalipse. Essa demanda exagerada, gera escassez de bens e sobrepreço o que piora ainda mais o caos. Novamente temos uma profecia auto realizável.

O apocalipse é o último livro da bíblia Cristã. Nele há uma série de eventos da destruição da humanidade até que por fim Jesus retorna a Terra para viver com os seus.

Vamos agora sugerir alguns fatos com suas respectivas analogias com o cenário atual:

1 – Escolha da libertação de Barrabás (o salteador) ao invés de Jesus. Neste momento Poncio Pilatos lava suas mãos e o liberta conforma vontade do povo. Em 8 de novembro de 2019 Lula foi solto.

2 – Cavaleiro da Peste – Corona vírus se alastra e gera caos geopolítico com fechamento de fronteiras e xenofobia contra pessoas dos epicentro da epidemia

3 – Cavaleiro da Guerra – Recentemente já vimos tensões entre EUA e Irã, o assunto acabou abafado pelo avanço do corona virus. Porém, sabemos que pandemias normalmente geram tensões bélicas no racional de “Farinha pouca meu pirão primeiro”.

4 – Cavaleiro da Fome – Com paralisação completa de alguns países (hoje China e Itália principalmente China) começará a ocorrer escassez de itens e desabastecimento generalizado que em algum ponto pode chegar ao ponto da fome.

5 – Cavaleiro da morte – Em último momento, com o mundo sem alimentos, em guerra pelos últimos suprimentos com soldados convalecidos pela peste, teremos então o descanso da morte.

Em meio ao caos falta ainda o surgimento do Anti Cristo que aparecerá para salvar o mundo de sua própria destruição.

Todos estes eventos são especialmente tristes para o Brasil, que há 16 anos enfrenta crises atrás de crises e que agora, quando finalmente estávamos a caminho de iniciar uma recuperação, podemos ser freados por fatores externos extremos.

Conforme citamos no texto Matrix Financeira, acreditávamos que um dia uma nova crise iria chegar para lavar o mercado dos novos iludidos era certo, porém, não havia necessidade de ter tantos requintes de crueldade. Afinal de contas o índice WB não falha.