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Buscando manter as analogias encontradas nos textos Titanic Financeiro e Ensaio sobre a cegueira iremos expor acontecimentos econômicos recentes aliados ao conhecimento técnico financeiro.

Com a política do “fique em casa que a economia a gente vê depois”, simplesmente milhares de pessoas deram um largo passo rumo a pobreza extrema. Na tentativa de amenizar um pouco tal sofrimento, em alinhamento como ocorreu em diversos países do mundo, foi criado o auxílio emergencial. Com isto tentou-se evitar a FOME.

Com a distorção de oferta e demanda gerada, agora com a reabertura das economias temos um cenário de inflação descontrolada que por sua vez aumenta em muito o preço dos produtos e serviços necessários a manutenção da vida. Quando os preços ficam fora do limite de boa parte da população, novamente temos o cenário de FOME.

Para conter a inflação, nossa equipe econômica e banco central terão de elevar a taxa Selic (taxa básica da economia). Com isto as pessoas ficam mais propensas a poupar ao invés de consumir pois o consumo postergado será maior. Entretanto, isto também leva a um desincentivo de investimento na economia real com algum nível de risco onde geram-se os empregos. Com um cenário de desemprego elevado, a renda das famílias reduz-se, e ainda que os preços dos produtos e serviços cedam, não será suficiente para adquiri-los em níveis saudáveis para manutenção da vida. Novamente temos o cenário de FOME.

Não há nos manuais ou na história uma solução de prateleira para o cenário atual, esperamos que a conjuntura como um todo melhore e o povo tenha sabedoria na hora de votar em 2022.

 

Todos em algum momento de nossas vidas já nos deparamos com a frase:

“Rentabilidade passada, não é garantia de rentabilidade futura”

Isto é muito comum no prospecto de fundos de investimento de diversos tipos. Isto por que gestores precisam se resguardar sobre possíveis cobranças e/ou processos no caso de frustração de rentabilidade.

Vejamos o caso da Gestora Sparta que ganhou grande notoriedade em 2008 com seu fundo Sparta Ciclico FIM , que na na crise subprime obteve um retorno de 116% contra -46,12% do índice Bovespa. A gestora ainda se gabava de contratar apenas pessoas formadas no ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica). Tal performance gerou grande notoriedade da gestora que conseguiu atrair grande número de investidores.

Os resultados posteriores, entretendo, não conseguiram mais tal façanha:

Ora, se para investir este raciocínio é válido, por que não para o mercado de crédito. Conforme comentado no texto “O rancor financeiro“, o sistema hoje não consegue analisar a conjuntura futura dos entes, mas apenas seu passado.

Isto seria semelhante a analisar a capacidade de crédito de um estagiário prestes a se formar já com a promessa de efetivação.

Não faz sentido algum analisar seu crédito com salário de R$ 1.000 mês, se no mês seguinte ele passará a receber R$ 5.000. Entretanto, infelizmente, este é nosso status quo.

É comum que fundos de investimento incluam a frase: “Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura” em seus prospectos. Isto é obviamente colocado pois o futuro é impossível prever com assertividade. Sendo assim fundos nunca podem prometer rentabilidade aos seus investidores. Inclusive sempre que alguém propuser um retorno garantido e acima do que o mercado oferece, em 99% das vezes trata-se de uma pirâmide. Até mesmo Ronaldinho Gaúcho já se viu envolvido em pirâmide financeira.

Mas nosso assunto hoje não é este. Queremos expor que ao mesmo tempo que para investir não se deve olhar passado, esta lógica não se aplica ao crédito. Nós por atuarmos em diversas modalidade de crédito lidamos com isso dirimente. É muito frustante o jeito que instituições financeiras olham os cases para concessão de crédito.

Vamos citar um case real:

Uma empresa familiar produtora do ramo têxtil  que fatura em torno de R$ 1,2 milhão por ano, onde boa parte disto são feito com pagamentos em dinheiro, portanto, sem possibilidade de comprovação bancária. Hoje a empresa está instalada em um galpão com valor aproximado de R$ 1,5 milhão que possui inclusive financiamento SFH da Caixa. Para começo de conversa o banco solicitou DRE e balanços patrimoniais dos últimos três anos e um parcial de 2020. Ora, apenas multinacionais são capazes de produzir tais documentos com assertividade pois possuem equipe especializada para este fim. O máximo que o cliente conseguiria informar era IRPJ e seu extrato bancário. O cliente em questão estava buscando R$ 500.000 para poder conseguir garantir um excelente contrato com uma das maiores varejistas de vestuário brasileira. Uma vez conseguido este crédito, seu pagamento poderia se dar em questão de 2 ou 3 meses. Além disto com um pouco mais de tempo seria possível organizar um refinanciamento, gerando aproximadamente R$ 750 mil com dívida de longo prazo e parcelas baixas.

Porém, bancos não conseguem olhar para o futuro vindouro mas apenas para o passado. Não concordamos com tal fato e sempre buscamos soluções para fugir deste problema. Fiquem atentos para novidades em nossos cases