Como tudo nesta vida, sempre temos prós e contras. Na escolha de alugar ou comprar ou formas de financiamento não seria diferente. Abaixo tentaremos dirimir as principais dúvidas referentes à imóveis.
- Benfeitorias – Pró Casa Própria
Sendo o dono você pode colocar sua casa exatamente como gostaria, cada centavo gasto em obra estará aumentando seu valor de revenda (desde que não haja extravagâncias). No caso do aluguel você precisaria entrar em acordo com o proprietário e todo valor investido também teria de ser negociado, podendo ser dado como perdido quando saísse do imóvel.
Neste caso ser inquilino é uma vantagem, pois, com um simples aviso de 30 dias é possível deixar o imóvel sem nenhum desembolso adicional. No caso de ser dono do imóvel, você precisaria colocá-lo a venda ou aluguel, o que demandaria tempo e esforço. No caso do aluguel ainda há um problema a mais em fiscalizar as contas Propter Rem, como condomínio e IPTU que normalmente são de responsabilidade do locatário, mas cuja responsabilidade recai sobre o proprietário.
- Aluguel = valor jogado fora?
É muito comum ouvir comentários dizendo que alugar é jogar mensalmente dinheiro fora. Do ponto de vista psicológico pode fazer sentido, porém, financeiramente não. O aluguel poderia se comparado ao valor do Juro cobrado pelo banco no financiamento imobiliário.
A parcela do financiamento é composta por Amortização e Juros.
4 – PRICE X SAC
Na tabela PRICE, temos um valor mensal igual entre todo o prazo do financiamento, na verdade este valor é reajustado por TR anualmente. Enquanto isso na SAC, há uma amortização constante onde o juro vai diminuindo a medida que o saldo devedor também.
Assim, para um exemplo de financiamento de R$ 100.000,00 com taxa de juros de 9% ao ano e prazo de 35 anos (máximo), teríamos:
SAC |
PRICE
|
Financiamento |
100000 |
Total Pago |
210.684 |
Juros Pagos |
139.256 |
Parcela Inicial |
959 |
Parcela Final |
343 |
|
Financiamento |
100000 |
Total Pago |
227.357 |
Juros Pagos |
188.091 |
Parcela Inicial |
758 |
Parcela Final |
758 |
|
Analisando os números percebemos que o pagamento total e de juros é maior na Tabela Price, o que equivocadamente nos faz concluir que ela é pior. Isto não é verdade uma vez que ambos os fluxos quando trazidos a valor presente pela mesma taxa terão o mesmo valor.
Além disto a Tabela Price possui primeira parcela inferior a SAC (758 X 959), isto permite que possa-se acessar o financiamento com uma comprovação de renda familiar menor.
5 – Análise de Crédito
Por tratar-se de dívida com garantia real (o próprio imóvel), o financiamento possui uma análise de crédito relativamente simples, onde basta comprovar a capacidade de pagamento ao redor de 3 vezes o valor das parcelas, podendo várias pessoas compor (sem necessidade de laço consanguíneo). Portanto, em nosso exemplo, uma renda familiar de R$ 3.000,00 seria necessária para aprovação da tabela SAC. Na PRICE bastaria cerca de R$ 2.300,00.
6 – Agora vamos demonstrar como calcular matematicamente a decisão de comprar e alugar utilizando a nova modalidade de financiamento da Caixa Econômica Federal (Juro fixo + IPCA com reajuste anual ). Não utilizaremos nenhum viés psicológico.
Relembrando nosso exemplo anterior:
Modalidades |
SAC |
Price |
SFH 9% +TR |
959 |
758 |
IPCA + 4,7% |
700 |
593 |
Considerando agora que o aluguel é em média 0,5% do valor do imóvel ao mês teremos:
Custo de Oportunidade do Dinheiro |
SELIC |
5,50% |
14,25% |
Custo de Oportunidade |
619 |
1.116 |
Aluguel 0,5% |
500 |
500 |
O Saldo de caixa é simulado de acordo com a SELIC, considerando uma aplicação de 100% CDI.
Agora, vamos ao veredito:
SELIC 5,5% / Modalidade IPCA |
Parcela R$ |
Juro R$ |
Amortização R$ |
Rendimento 5,5% |
Rendimento 14,25% |
SAC |
700 |
482 |
218 |
|
|
PRICE |
593 |
519 |
74 |
|
|
Aluguel |
N/A |
|
|
619 |
1.116 |
Aplicando o valor (simulando que conseguimos financiar 100% do imóvel, o que não é uma realidade) geraríamos R$ 619 reais, suficiente para pagar a parcela PRICE com sobra de 7 reais e faltariam 100 para pagar a SAC. Em ambos cenários gastar 7 ou 100 reais é melhor que 500 de aluguel.
Isto por que a correta análise se daria apenas comparando o valor gerado com a aplicação financeira contra o valor do juro embutido na parcela. Neste caso o resultado seria ainda mais favorável a compra financiada.