O que os Macacos nos ensinam

Apesar da tese mundialmente aceita dos mercados eficientes (que prevê que o mercado se auto ajusta), esta está muito longe de ser uma verdade absoluta.
O comportamento humano também é capaz de interferir nas decisões financeiras.
Isto não diz respeito ao conhecimento técnico e inteligencia do indivíduo mas também a outros fatores.

Isaac Newton proferiu a frase: “Posso prever o movimento das estrelas, mas não a loucura dos homens”. Ela foi proferida após sua falência, ocorrida durante a bolha da South Sea Company. A companhia, assim como muitas outras da época, buscava arrecadar fundos para bancar expedições que buscavam especiarias nas Índias.
O comportamento humano, inclusive, se aproxima do comportamento animal conforme exemplos abaixo.

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e sobre ela um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros o pegavam e batiam nele. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos. A primeira coisa que o novo macaco fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o espancaram.

Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Houve uma nova substituição e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado das agressões contra o novato. Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto, e, por fim, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas.
Se possível fosse perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria:
“Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.

Uma dupla de pesquisadores da Universidade de Yale realizou um experimento com macacos e conseguiu fazer com que eles aprendessem a usar dinheiro, apostar e se prostituir em troca de guloseimas cada vez mais saborosas.

O estudo foi conduzido pelo economista Keith Chen em conjunto com a psicóloga Laurie Santos e durou cinco anos. O experimento foi feito com macacos capuchinhos e, em um primeiro momento, os pesquisadores induziram os primatas a trocar moedas por comida.
Com o passar do tempo, eles introduziram a ideia de que, quanto maior fosse o número de moedas adquiridas, maior seria a quantidade de guloseimas disponíveis. Uma vez tendo compreendido o processo, foi ensinado aos macacos que eles poderiam adquirir mais comida, caso conseguissem as moedas dos seus companheiros.

Certa vez, os cientistas esqueceram a porta da gaiola aberta. Os macacos então saíram e roubaram todas as moedas disponíveis. A gaiola virou um alvoroço de ostentação. Os cientistas não conseguiram recuperar as moedas e tiveram que ir colocando guloseimas por alguns dias até a economia local voltar ao normal.

A competição entre eles estimulou comportamentos do tipo “aposta”, cabendo ao vencedor o direito de ficar com a moeda. Em outro momento, Chen e Santos observaram que os primatas perdedores chegaram até mesmo a oferecer sexo em troca de moedas, caracterizando um comportamento de prostituição.

Com isto, podemos perceber o quão instintivos os seres humanos podem ser, tomando por vezes decisões não muito racionais.

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